Quando as polêmicas pareciam ter terminado, eis que uma ação judicial pode cancelar o Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM.
O advogado pernambucano Latife Mendes entrou com um mandado de segurança para cancelar o exame.
Tudo começou por conta do tema escolhido para a redação que foi "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".
O tema foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) minutos após o fechamento dos portões do segundo e último dia de provas, na tarde deste domingo (25).
Especialistas ouvidos afirmaram que o tema é pertinente e atual, e disseram que, ao contrário de algumas edições anteriores, neste ano só há um tipo de posicionamento em relação ao tema: contrário à violência.
E foi aí que a celeuma começou, pois segundo o advogado, seu filho (que prefere não ser identificado) fez a prova e lhe contou sobre o tema da redação e disse que escreveu o texto defendendo o direito dos homens baterem em suas esposas e namoradas.
De acordo com o advogado, o tema da prova não passa de uma imposição do governo e da televisão para agradar uma pequena parcela da sociedade.
“Eu, como nordestino de Pelotas e cristão não posso me calar diante dessa imposição que o governo e a rede globo nos obriga a aceitar.”
Mendes diz ainda que em sua terra é comum que os homens tratem as mulheres com violência e não vê nada demais na situação narrada pelo seu filho.
“É tradição dos homens do nordeste de educarem suas esposas através da força bruta, sempre foi assim, é cultural e está enraizado, minha avó foi educada assim, minha mãe e agora faço o mesmo com minha esposa. Além disso a constituição brasileira garante o direito de liberdade de expressão, e o fato de um jovem defender a violência contra as mulheres não pode ser motivo de reprovação no ENEM.”
Latife vai além e cita inclusive passagens bíblicas para reforçar seus argumentos. “Deus assim disse em Gênesis 3:16: “Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará".
O processo tramita em segredo de justiça na 23° Vara Federal de Quixeramobim.
A direção do INEP foi procurada, mas disse que não vai se manifestar até ser notificada do processo.
Fonte: NED
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