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terça-feira, junho 26, 2012

O que é isso meritíssimo? – Soltem o Rolinha!

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rolinha-c-feijão-70154-72Pessoas garbosas do universo jurídico, hoje o caso pitoresco vem de Varginha, (a terra do E.T.) onde um juiz decidiu dar a sua sentença em forma de poema. Ele trata do caso do Rolinha, que roubou umas galinhas. Confesso que tenho uma puta má vontade com esses juízes poetas… Acho uma gigante e desnecessária perda de tempo fazer uma sentença desse jeito. Se você quer ser engraçado na sentença ou polemizar, faz igual os outros juízes, que sentenciam dando bronca, dando dicas, mas de forma como uma sentença “normal”, porque ainda que você fale asneiras ou coisas engraçadas em uma sentença tida como normal você não está perdendo tempo, afinal você teria que sentenciar mesmo… Agora pra fazer uma sentença dessas CERTAMENTE o eme eme perdeu mais tempo do que o normal, porque ainda que ele seja um mestre da língua portuguesa é necessário encontrar as rimas corretas e encaixa-las no texto. E isso pra mim é desnecessário, pois com o tempo gasto nesse “poema” mais dois ou três processos poderiam ter sido sentenciados de forma comum… Agora que eu já reclamei, fiquem com a sentença.

Poder Judiciário
Comarca de Varginha
Estado de Minas Gerais
Autos nº 3.069/87; Criminal
Autora: Justiça Pública
Indiciado: Alceu da Costa, vulgo “Rolinha”

Vistos, etc…

No dia cinco de outubro
Do ano ainda fluente
Em Carmo da Cachoeira
Terra de boa gente
Ocorreu um fato inédito
Que me deixou descontente.
O jovem Alceu da Costa
Conhecido por "Rolinha"
Aproveitando a madrugada
Resolveu sair da linha
Subtraindo de outrem
Duas saborosas galinhas.
Apanhando um saco plástico
Que ali mesmo encontrou
O agente muito esperto
Escondeu o que furtou
Deixando o local do crime
Da maneira como entrou.
O senhor Gabriel Osório
Homem de muito tato
Notando que havia sido
A vítima do grave ato
Procurou a autoridade
Para relatar-lhe o fato.
Ante a notícia do crime
A polícia diligente
Tomou as dores de Osório
E formou seu contingente
Um cabo e dois soldados
E quem sabe até um tenente.
Assim é que o aparato
Da Polícia Militar
Atendendo a ordem expressa
Do Delegado titular
Não pensou em outra coisa
Senão em capturar.
E depois de algum trabalho
O larápio foi encontrado
Num bar foi capturado
Não esboçou reação
Sendo conduzido então
À frente do Delegado.
Perguntado pelo furto
Que havia cometido
Respondeu Alceu da Costa
Bastante extrovertido
Desde quando furto é crime
Neste Brasil de bandidos?
Ante tão forte argumento
Calou-se o delegado
Mas por dever do seu cargo
O flagrante foi lavrado
Recolhendo à cadeia
Aquele pobre coitado.
E hoje passado um mês
De ocorrida a prisão
Chega-me às mãos o inquérito
Que me parte o coração
Solto ou deixo preso
Esse mísero ladrão?
Soltá-lo é decisão
Que a nossa lei refuta
Pois todos sabem que a lei
É prá pobre, preto e puta...
Por isso peço a Deus
Que norteie minha conduta.
É muito justa a lição
Do pai destas Alterosas.
Não deve ficar na prisão
Quem furtou duas penosas,
Se lá também não estão presos
Pessoas bem mais charmosas.
Afinal não é tão grave
Aquilo que Alceu fez
Pois nunca foi do governo
Nem seqüestrou o Martinez
E muito menos do gás
Participou alguma vez.
Desta forma é que concedo
A esse homem da simplória
Com base no CPP
Liberdade provisória
Para que volte para casa
E passe a viver na glória.
Se virar homem honesto
E sair dessa sua trilha
Permaneça em Cachoeira
Ao lado de sua família
Devendo, se ao contrário,
Mudar-se para Brasília!!!

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