A cada exame da OAB que termina a chuva de críticas relacionadas à empresa organizadora do certame aumenta tanto quanto o preço do tomate, é um tal de “FORA FGV”, “FGV SÓ QUER DINHEIRO”, “QUEREMOS UMA PROVA JUSTA” e assim por diante.
Ocorre que no Brasil existe um fenômeno muito curioso que não sei se tem um nome específico, via de regra o pessoal prefere matar o carteiro ao invés do cara que escreveu a carta.
Meus nobres, mudam se as letras, mas o ritmo é sempre o mesmo, sou um jovem senhor que fez a prova na época que era CESPE, e fui aprovado no penúltimo exame que eles realizaram, e me lembro que nesse passado não muito distante o chororô era o mesmo.
Percebam, eu ouvi muito a frase: “ah enquanto for CESPE, não vai mudar nada, esses caras só querem saber de arrecadar dinheiro” e coisas do tipo. Além disso, o egoísmo impera, pois via de regra reclamamos apenas quando somos prejudicados, a galera fala mal da OAB até passar, ai quando passa, o sentimento muda e a partir daí o que mais se deseja é que os exames fiquem cada vez mais difíceis.
É tão simples botar a culpa na FGV né, é só seguir o fluxo, o cara foi reprovado em Direito Tributário, mas como deu zica na prova de Constitucional é só se fazer de revoltado e falar que reprovou porque quem elabora e corrige as provas não possuem competência para tal.
Ninguém menciona numa reprovação que matava aula pra ir no bar, que faltava na faculdade pra ver o jogo na quarta feira, as mensagens enviadas durante a aula e o tempo gasto no facebook e twitter também nunca são mencionados.
Outro vilão das reprovações na OAB são as faculdades, as chamadas UNIESQUINAS, aquelas faculdades que basta você dar bom dia pro porteiro que já está matriculado. Sim, o ensino por diversas vezes é fraco, mas ó, você que escolheu a faculdade que cursou, alguém te obrigou a estudar na Polipobre?
É certo também que muitas pessoas estudaram em faculdades de primeira linha, nunca mataram aula pra ver o último capítulo da novela, se dedicaram integralmente às aulas e ainda assim, ao final do exame da OAB, aparece escrito REPROVADO no rodapé da página. A estas pessoas eu atribuo o adjetivo de burros azarados.
Existem falhas na elaboração das provas? Existem! Existem falhas no ensino superior no Brasil? Existem! Existe culpa do aluno que não se dedicou o suficiente? Existe!
Mas se for pra culpar alguém pelo seu insucesso, divida a culpa proporcionalmente à todos aqueles que contribuíram para o resultado fatídico. E numa conta meia boca, eu atribuiria pelo menos 50% de sua derrota ao fato de ao invés de ter estudado, ter perdido o seu tempo reclamando da vida no facebook.
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