A cada exame da OAB que é realizado, chovem notícias de que a prova foi difícil, que existiram erros de correção, que questões foram mal elaboradas e que o número de aprovados foi insignificante. Logo em seguida os “conspiradores” e os “perseguidos” preparam as suas desculpas e tal qual uma metralhadora, as atiram para todos os lados.
Ontem, uma nova notícia me chamou a atenção e me envergonhou ao mesmo tempo, a notícia dizia que desde que a FGV passou a elaborar as provas, ou seja, em pouco mais de 3 anos, menos de 20 por cento dos candidatos passaram de primeira na prova da OAB.
Por mais que as provas sejam difíceis, por mais que muitos digam que a OAB controla o mercado, e tantas outras coisas que dizem da tão temida prova, eu fico com uma questão na cabeça: as faculdades estão preparando profissionais do direito ou fabricando idiotas?
Chega a ser vergonhoso saber que 80 por cento das pessoas que se formam nas faculdades de direito espalhadas por todo o Brasil sejam reprovadas na OAB, isso é uma clara e evidente demonstração de incompetência. Ainda não sei o que é, mas alguma coisa tá errada “nissoaí”.
Faço e não faço parte da estatística ruim dessa pesquisa, e explico, não fui aprovado na primeira vez, levei um pau bonito, mas isso aconteceu quando ainda era o CESPE que elaborava as provas, mas eu, ao contrário de muitos não tenho em quem botar a culpa senão em minha própria e procrastinadora pessoa.
Faltei muito, não prestava atenção em diversas aulas, saía sempre pra jogar truco com os amigos, e tantas outras vezes ficava no boteco e sequer colocava os pés na faculdade,e somente no oitavo semestre eu tomei vergonha na cara e comecei a me dedicar do jeito que deveria ter feito desde o começo, e ó que as coisas melhoraram, mas ainda assim sentia dificuldade em determinadas matérias por não ter tido uma base boa no início do curso.
Assim, após minha formatura, (na época só bacharel prestava o exame) ciente de que ia levar bucha na prova, decidi prestar e arriscar naquele espírito cara de pau do vai que cola... NÃO COLOU! Numa prova que precisava de 50 acertos, eu acertei 46 e com isso engrossei as estatísticas dos reprovados. Mas, como até um pé na bunda te empurra pra frente, coloquei minha bundinha na cadeira e estudei por 3 meses ininterruptos, em casa, sozinho, sem ajuda e sem cursinho, enquanto todo mundo estudava teorias complexas e grandes doutrinadores eu estava estudando o que era litisconsórcio, jornada de trabalho, concurso de crimes e coisas básicas assim.
Obviamente não recuperei em 3 meses o que perdi em sete semestres, mas foi o suficiente para que eu conseguisse passar para a segunda fase na prova seguinte com justos e exatos 50 pontos, os 50 que eu precisava! Foda-se, nem me preocupei, o importante foi passar. No mês seguinte, mais esforço, não bebi, não saí, não vi TV e nem nada disso, em um mês e meio enchi 2 cadernos com petições e teses tributárias (se duvidar eu provo).
Ao final do certame, meu nome estava lá, e do lado a palavra aprovado, e modéstia a parte, com uma nota que poucos conseguiram, com isso eu pude respirar aliviado e dizer com propriedade que 5 anos não me ensinaram nada, por culpa única e exclusiva minha.
Assim, cabe a você decidir como vai sair da faculdade, um idiota ou um advogado.
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