Antes que vocês pensem que estou putinho com alguém ou com alguma coisa eu digo que vocês estão completamente corretos, mas esta é uma coluna um tanto quanto jurídica, então não tô falando de nada pessoal, estou falando realmente de um fato do dia a dia de um advogado juvenil. (juvenil no sentido de pouco tempo de profissão e não de idade)
Não sei se o que aqui reproduzo é uma realidade no resto do Brasil, mas pelo menos aqui na região de Campinas quando se trata de justiça federal você está no céu dos advogados, porém se falarmos em inferno, a gente imediatamente associa à justiça estadual.
Parece que na justiça estadual eles se esforçam para que tudo que já é lento e complicado se torne ainda mais lento e complicado do que é pra ser, e sabendo disso eu que sou só um pouco bobo, já me preparo para evitar problemas e sempre faço as coisas com o maior cuidado do mundo. Por exemplo: quando vou fazer uma simples devolução de um processo na justiça estadual, eu fico esperando até ver que o cidadão deu a efetiva baixa nos autos, anotando a data em que os autos foram devolvidos. Pode até parecer um excesso de zelo, uma frescura, mas é um “mal necessário”.
Ocorre porém, que na justiça federal eu não tenho essa mesma precaução, e explico o por quê! Lá, as coisas funcionam redondinhas, o andamento que está na internet é efetivamente o real status do processo, sem contar que o pessoal é muito mais simpático e educado, além das estagiárias serem muito mais lindas.
Porém, o sistema sempre tem suas falhas, e num procedimento de rotina, na semana passada fui até uma cidade aqui da região, que é muito conhecida pela qualidade de suas linguiças, para fazer devolução de um processo numa vara federal, e ciente de que tudo sempre caminha de modo normal, cheguei até a secretaria, e como de praxe entreguei os autos nas mãos de uma estagiária e disse: “é devolução de um processo, carga normal ok, você dá baixa aí?”
- Claro doutor, pode ficar tranquilo!
Virei as costas e voltei para a linda e aprazível Campinas, até aí tudo normal, não fosse uma ligação que recebi na quinta feira, cobrando a devolução do processo. Dr. Livan, só estou ligando pra saber quando é que o senhor vai devolver os autos de número tal.
Claro que fiquei bem puto, mas mantive a calma, informei que já havia devolvido o processo e inclusive disse o dia e hora em que os mesmos foram devolvidos, mas obviamente não adiantou porra nenhuma, pois até agora não consta no site da Justiça Federal a devolução dos autos.
Assim, neste momento em que você está lendo este texto, eu estarei me deslocando até uma cidade nem tão vizinha assim, afinal são quase 90 quilômetros, só pra olhar na cara daquela estagiária e dizer: eu devolvi o processo nas suas mãos, onde foi que você enfiou? (obviamente que não falarei isso, pois sou um moço educado quando estou trabalhando, mas a ideia é essa)
E com isso aprendi mais uma lição, nunca confie nas pessoas!
Como já dizia o ditado popular, “conselho se fosse bom, ninguém dava”, mas mesmo assim eu vou quebrar o galho de vocês e fornecer um conselho gratuitamente, nunca confie em ninguém, seja na esfera estadual, seja na federal, seja na sua vida pessoal, não confie nem na sua mãe, ainda que ela seja a serventuária da justiça. Chegou pra devolver o processo e é vossa mãe que vai lhe atender, diga: é devolução, e peça para ela dar a baixa imediata e confira.
Não troque uma palavra sequer com a mamis até a efetiva baixa dos autos, depois da baixa efetivada você já pode perguntar o que vai ter pra janta.
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