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terça-feira, outubro 08, 2013

Diário de um Estagiário – Mais ajuda quem não atrapalha.

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Olá pessoas inteligentes e garbosas.

A pouco mais de seis meses discorri sobre (uma cagada) um infortúnio cometido por um oficial de justiça, que, comovido com a situação de uma família, se negou a fazer cumprir um mandado de despejo.

Na época, houve uma grande discussão acerca do justo e do certo, além de outra (tão grande quanto) envolvendo minha suposta tendência a política direitista e a criação ou não de uma criança à base de leite com pera.

Deixando de lado os anarquistas coxinhas fãs de Karl Marx, cabe expor que o mesmo juiz que "passou a mão na cabeça" do oficial de justiça anencéfalo, voltou a fazer merda. (Ou contribuiu para ela)

Na quinta-feira fui ao fórum bater "cópias" (lê-se fotos pelo celular) de duas execuções, das mesmas partes, mas como eram títulos extrajudiciais diferentes acabaram indo para varas diferentes (celeridade zero da distribuição).

Munido de minha adorável  (deplorável)  carteira de estagiário e com o art. 29 do Regimento Interno do Estatuto da OAB decorado, me dirigi até os gabinetes, pois estavam conclusos para o despacho saneador/citação.

Com o esfíncter (cu)  na mão, achando que ia dar merda - vez que o art. 29 inciso I diz "retirar autos no cartório" e não gabinete ou etc. - já fui preparado pra voltar pro escritório apenas com o cupom fiscal da laranjinha + pastel que comi na lanchonete do fórum, vez que o cliente era o réu e no havia procuração nos autos.

Porém, para minha surpresa, consegui as "cópias" (fotos) no primeiro gabinete sem nenhuma objeção, até iriam deixar levar para fazer xerox na OAB se quisesse. Epic win. Lembrando que nem procuração nos autos tinha.

Já animado com os "pilas" da diligência, fui até o outro gabinete.

Obviamente que com minha sorte de quem salgou a Santa Ceia lá não consegui bater as fotos, mesmo argumentando que tinha acabado de fazer a mesma coisa na outra vara.

Sabendo que estava "errado", resolvi não fazer barraco e já desci puto da cara.

Chegando no saguão achei um amigo advogado recém formado e com a OAB  ainda "cheirando a nova".

Como o processo não era segredo de justiça, uni o útil ao agradável + a vontade de cagar na cabeça do assessor e pedi pra ele ir bater as fotos pra mim.

Surpresa foi quando o meu amigo advogado chegou no gabinete e pediu pra ver os autos quando o camarada falou que não iria mostrar nada, pois "você só está querendo ver o processo pra frustrar a citação do executado, se quiser ver o processo vai ter que se dar como citado"

Ora bolas. Se quiséssemos frustrar a citação iríamos frustrar com ou sem as fotos, pois se estávamos ali é sinal de que já sabíamos do processo. Qualquer um consegue pesquisar seu nome no SAJ.

Informado sobre as prerrogativas do advogado e da recente decisão do CNJ (favor usar o Google) o quadrúpede, digo, bípede, ainda se mostrou irredutível.

foto

Estando o Juiz fora do gabinete, resolvi apenas pegar o nome do cidadão e sair antes que começassem as agressões verbais e físicas entre os presentes.

Com assessores assim, ainda perguntam por que algumas comarcas estão mais lentas que o Barrichello.  Esse cara deve ficar o dia todo tentando passar da fase 121 do Candy Crush.

E no fim, aposto que vai colocar a culpa no estagiário.

Abraços e boa semana.

assinaturachristian

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