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quinta-feira, outubro 30, 2014

DIÁRIO DE UMA DOUTORA - PROCRASTINO, NÃO NEGO... FAÇO QUANDO PUDER

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Faaaaaaaaaaala, meuzamiguinho e minhazamiguinha! Tudo bem com vocês? Só queria passar aqui para assumir para toda a sociedade: EU SOU UMA PROCRASTINADORA.

Não dizem que assumir os vícios e os maus hábitos seria o primeiro passo para uma recuperação? Então é isso! Vou fazer parte dos “Procrastinadores Anônimos” e vou carregar como lema: “só por hoje eu não procrastinei!”.

Ah, pra quem não sabe do que eu estou falando (porque não está ligando o nome à pessoa ou porque essa palavra não existe em seu vocabulário), darei aqui uma definiçãozinha que está na Wikipedia: “Procrastinação é o diferimento ou adiamento de uma ação. Para a pessoa que está a procrastinar, isso resulta em stress, sensação de culpa, perda de productividade e vergonha em relação aos outros, por não cumprir com a suas responsabilidades e compromissos. Embora a procrastinação seja considerada normal, torna-se um problema quando impede o funcionamento normal das ações. A procrastinação crônica pode ser um sinal de problemas psicológicos ou fisiológicos. A palavra em si vem do latim, procrastinatus: pro- (à frente) e crastinus (de amanhã). (...) Logo, um procrastinador é um indivíduo que evita tarefas ou uma tarefa em particular”.

E aí? Você se identificou? Então toca aqui! E quando você advoga? Pois é, meus queridos... isso é enlouquecedor, sabia? Porque faz eu viver ali, no limiar de ter um ataque do coração por perder um prazo, tomar uma revelia, me ferrar de verde e amarelo e foder a porra toda.

No começo desta semana, eu tinha uma audiência na parte da manhã, no Juizado Especial Cível. Saí de casa até bem antes, só que sem ter imprimido toda a documentação necessária. E aí que é complicado envolver “impressoras” e “tempo” numa mesma frase. Impressoras são aparelhos extremamente temperamentais e sensíveis. Elas têm o dom de perceber que você está sob pressão de tempo e tensão e que precisa que elas desenvolvam um trabalho rápido e eficiente. E aí o que elas fazem? As safadas param! Simplesmente recusam-se a cumprir sua função e você fica ali, desesperada, louca, arrancando os cabelos e pensando no porquê de ter demorado pra imprimir o que precisava.

A audiência começaria às 10:25 e eu estava na sala dos advogados do fórum, por volta das 10:00, já começando a imprimir o que eu precisava. E não, minha gente, não era uma quantidade absurda de páginas. Seriam umas 20, no máximo. E a bichinha começou a enroscar o papel. Depois ela não atendia ao comando. Eu pedia para imprimir e ela só ficava piscando. E o tempo ia passando, lindo e implacável como sempre foi.

amanha

E eu lá, às 10:20, tentando imprimir alguns documentos que faltavam. Porque ela foi soltando uns outros, no tempo dela, ali, toda devagar, e dando um tapa na minha cara procrastinadora. Nunca deixe uma impressora perceber que você precisa dela... jamais! Não a olhe nos olhos (luzes), não deixe que ela capte seu desespero e pressa... seja mais esperto que ela... blefe. Finja que não precisa daquilo tanto assim, se faça de besta e será a melhor coisa que você fará na sua vida. Percebi que ela não imprimiria mais nada e a minha audiência estava a ponto de começar, então saí correndo, psicoticamente, pelo fórum, atravessei a rua e andei mais alguns metros até chegar na casa do advogado para tentar imprimir os documentos faltantes. E, olha, naquele momento eu percebi também o quanto estou fora de forma, sedentária e com um pique de uma senhora de uns 86 anos tabagista e asmática. Cheguei lá vermelha-roxa-branca e comecei a tentar imprimir as coisas. Daí que aquela impressora também quis me sacanear um pouco, de leve, eu mandava e ela demorava para dar o comando... enfim, levei mais vários tapas nessa cara de advogadazinha procrastinadora.

Consegui imprimir tudo e saí correndo que nem uma maluca pela rua... cheguei ao fórum, subi as escadas... parecia que eu estava numa competição de algum reality show, tipo “prova do líder”. E, olha, eu não iria ganhar não. Me ferraria num Big Brother da vida, primeiro por não ser ágil e, segundo, por ser chata. Mas isso aqui não será objeto de discussão hoje, ok? Deixemos para falar da minha chatice numa próxima oportunidade, meus caros.

Cheguei até o hall de espera do setor de conciliação, mais uma vez, com aquela cor vemelha-roxa-branca, às 10:27, para perceber que a pauta estava atrasada. Ufa! Consegui me recuperar um pouco, tomar uma água... respirar, voltar a uma cor normal e apresentável para a sociedade e repensar toda a minha vida e as coisas que eu já passei por ser enrolada assim.

Será que eu preciso viver assim? Nesse stress? Por que eu faço isso comigo? Será que só vou aprender quando tomar uma revelia ou perder um prazo de um processo? Fui chamada para a audiência, tudo ocorreu bem e nem parecia que eu havia quase enfartado alguns minutos antes (mentira... deu pra perceber sim... as pessoas perguntaram o porquê de eu estar ofegante). Saí da audiência, voltei às minhas atividades e continuei com a minha vida normal... cumprir meus prazos, fazer minhas coisas e procrastinar.

Mas eu juro que estou tentando parar com isso. “Só por hoje eu não procrastinei”. Porque ontem eu procrastinei e anteontem, e anteanteontem. E você? Também deixa tudo para a última hora? Como você se sente com isso? Deixe seu relato aqui e vamos nos ajudar! Faremos uma terapia em grupo, meu povo! Beijos e até semana que vem!

Assinatura Carol

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