Olá, meu nome é Ermenegildo Arantes, eu era um escrevente técnico judiciário, trabalhava em uma pequena comarca do interior de São Paulo, sempre fiz meu trabalho com muita dedicação e afinco, buscando atender todos os pedidos do juiz e tenho muito orgulho de nunca ter perdido um dia de trabalho.
Recentemente durante uma audiência de danos morais, após os procedimentos iniciais o meritíssimo passou a inquirir o autor da demanda, tudo corria bem, e as perguntas estavam sendo respondidas com clareza, porém, como o magistrado era muito minucioso ele sempre fazia questão de ditar tudo o que os depoentes lhe diziam.
Assim, por se tratar de audiência de danos morais, o juiz havia questionado quais eram os motivos que ensejaram o pedido do autor, quando lhe foi respondido que o mesmo o havia ofendido. O meritíssimo insistiu e perguntou quais as ofensas haviam sido proferidas, quando então a parte disse: “Você é um grande filho da puta”.
Diante de tais declarações, o juiz passou a ditar tudo o que lhe havia sido comunicado, quando de repente um advogado adentra à sala de audiências esbaforido, e já se desculpando interrompe a audiência dizendo que precisava despachar com o juiz, pois se tratava de um caso de vida ou morte.
Porém, o meritíssimo se recusou a atender o jovem advogado alegando estar no meio de uma audiência e que se o causídico quisesse despachar que esperasse o término da audiência para então dirigir-se a ele.
Neste momento o magistrado olhou para mim e perguntou: onde foi que paramos?
Imediatamente olhei nas últimas palavras que havia digitado e as repeti sem pestanejar:
VOCÊ É UM GRANDE FILHO DA PUTA!
E foi assim que eu perdi o meu emprego!
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