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segunda-feira, janeiro 14, 2019

Chegou a hora de dizer adeus!

Unknown
                                            Se você for procurar no dicionário o significado da palavra despedida, vai encontrar uma descrição xoxa, sem graça e que diz basicamente que é a “saudação no momento em que as pessoas se separam”, mas a despedida é muito mais do que esse lazarento quis explicar, a despedida envolve muita coisa e eu vou explicar aqui os motivos do nosso adeus, mas antes senta, porque a história é longa, mas é bacana!
O NED começou em 2008 e nem se chamava NED, ele tinha o vergonhoso nome de “O fundão também passa na OAB” em uma comunidade no falecido orkut, – que deus o tenha – e depois de um tempo acabou virando um blog voltado apenas para os alunos de uma faculdade mediana na cidade de Campinas.
O “o fundão também passa na OAB” naquele primeiro momento nada mais era do que um whatsapp antes do whatsapp onde este que vos escreve pela última vez usava o blog pra postar matéria estudada, compartilhar uns pdfs de livros na clandestinidade, porque sim, os livros eram muito caros e os professores pediam 3 ou 4 por semestre, mas como a gente nunca gostou de estudar muito, o que mais tinha eram piadas sobre advogados e muita piada interna, sem nenhum propósito ou intenção de ser grande, ou sair dos limites da pequena faculdade em que estudava.
Mas, já dizia o Joseph Climber que a vida é uma caixinha de surpresas e com pouco tempo, uma galera que eu nunca tinha visto começou a entrar na comunidade, acessar o blog e pedir matéria, sugerir temas e etc., mas como quem dá luz pra cego é bengala branca ou Santa Luzia, ainda nos primeiros meses de criação, decidi que não ia ser o “resumidor” de ninguém e que o foco seria a zuera/zoeira e não a educação e o enriquecimento jurídico dos alunos e foi assim que o fundão também passa na OAB passou a ser oficialmente o Não Entendo Direito, NED, para os mais íntimos.
Com o fim do orkut, o NED migrou para o facebook, e me lembro que fiquei feliz  pra caramba quando atingimos 500 curtidas, fiz até um sorteio de uns livros que tinha em casa pra agradecer a galera que estava lendo as merdas que eu escrevia.
As 500 curtidas viraram 5.000, depois 50.000 e hoje no dia da despedida, passamos das 500.000, quinhentas mil pessoas curtindo uma parada que nasceu sem nenhum propósito, mas cresceu, cresceu tanto que eu juro, dei autógrafo e tirei foto com estudante de direito que curtia o NED. SURREAL!!!!!
Com o crescimento do NED, não dava pra fazer tudo sozinho: memes, colunas, embustes e novas piadas, foi então que o NED deixou de ser uma “carreira solo” pra virar um time, uma família, e muita gente passou por aqui.
Muita gente mesmo, exatos 327 “colaboradores” passaram pelo NED, desses, alguns duraram menos de 24 horas, outros chegaram e nunca mais saíram e por mais que essa seja uma despedida, eles nunca sairão e são desses amigos que eu vou falar um pouco.
Sabe aquela empresa familiar, que começa a crescer, que no começo o dono - no caso eu - fazia tudo sozinho e depois de um tempo começa a contratar gente pra trabalhar e chega um momento que ele sequer sabe o nome de todos os funcionários?
giphy
Isso aconteceu no NED, não dava mais pra fazer tudo sozinho e essa galera ajudou demais, vestiram a camisa, compraram briga pelo NED, ficavam bravos com cada plágio que faziam das nossas criações (beijo pra galera do nação jurídica) sentiam orgulho com cada elogio e isso me fez perceber que se eles gostavam do NED, eu tinha que gostar deles e ó, gostei e gosto muito!
Essa galera da criação está espalhada pelo Brasil e pelo NED (mentira, foi pelo churrasco) já se reuniram várias vezes, recebi mais de 30 pessoas em casa, tinha gente dormindo até na cozinha, mas família é assim, na verdade família é mais chato, o povo do NED é demais!
E como a minha vida mudou pelo NED, mano, mudou muito, mudou pra caralho, (perdão, tinha jurado que não ia escrever palavrão nesse “ultimo texto”) mas além dos amigos, eu mudei de emprego algumas vezes, fui colunista de um grande site que hoje nem existe mais,(sdds Última Instância),  dei até palestra, fui chamado até pra fazer um stand up jurídico, (mas a minha timidez me impede), mudei de cidade e ó, mudei de cidade porque eu casei mano, casei com uma colunista do NED (olha o assédio ai genteeeee), então, não posso ignorar jamais a importância que o NED teve, tem e terá na minha vida, fiz amigos pra vida toda, que apesar da distância, levarei pra sempre, mano, a Carol que certamente foi a recordista de imagens, ela certamente tomava cogumelos alucinógenos pra fazer imagem pro NED, fui padrinho de casamento da Isa lá em Londrina, levei a Rhuana pra comer lanche de mortadela no mercadão municipal, a Dai foi conhecer o museu do futebol comigo, o Hideo foi conhecer a pedra grande em Atibaia, fui com o Christian assistir Five Finger Death Puch  e Linkin Park em Interlagos e o Renato saiu lá de Manaus pra vir aqui e falar que o nosso açaí é uma bosta, sem contar as várias viagens e rolês com a Verônica, fora as conversas diárias pelo whatsapp com uma galera que eu vi uma vez ou duas, mas considero mais do que muita gente que tá aqui do meu lado todo dia, porque como eu disse, o NED é mais do que uma família! (não queria citar uns nomes, porque vai ficar muita gente de fora, perdão pelo vacilo)
Nesses quase onze anos de existência do NED, fui chamado de machista, racista, imbecil, intolerante e tantos outros adjetivos que talvez eu tenha merecido mesmo, mas que me fizeram refletir e tentar mudar e acho que mudei.
E aqui estamos, depois de tanto tempo, tanta crítica, tanto elogio, tantos amigos, chegou a hora de dizer adeus, porque já dizia a Iza, a vida é louca mana, a vida é louca e o NED sempre foi um passatempo, o NED nunca foi uma fonte de renda, e chega um momento das nossas vidas que temos que escolher entre usar o tempo do NED pra fazer meme ou trabalhar e pagar os boletos que chegam todo dia.
Esse momento chegou, não dá pra oferecer um NED meia boca pra vocês que se acostumaram com embustes que foram parar na rede record, que o STF teve que desmentir e tantas outras coisas foda que já fizemos, mano, o GUILHERME MADEIRA foi colunista do NED, o cara mais pica do direito hoje e ele foi do NED, isso dá um puta orgulho!
Dizem que o momento ideal de parar é quando você está no auge, seria muita pretensão dizer que vamos parar no momento de sucesso, mas sei lá, chegou a nossa hora de dar espaço pra quem vem atrás e por isso decidi que 2019 será o último ano do NED, vai ser o ano da nossa despedida, vai ser a season finale de uma parada muito legal que começou em 2008.
E a vocês que nos acompanham há 10 anos ou 10 dias, valeu manos, foi do caralho!
Adeus e obrigado.
Lee Van – criador do NED

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