Enquanto muitos reclamam de estudar e da vida que têm, o morador de rua Laedison luta diariamente para ir à faculdade de Direito e conseguir tornar-se advogado.
Aos 49 anos, ele está no 8º semestre do tão desejado curso. Mas, para chegar até aí, passou por muitos obstáculos. Em 1997, deixou a terra natal Salvador para prestar vestibular em uma faculdade em São Paulo, mas não passou.
Dois anos depois, conquistou a vaga e estudou até 2001 porque não podia mais pagar. Quando voltava para Salvador, foi atacado por moradores de rua.
— Foram duas perfurações de arma branca nas costas e uma no pescoço. Fiquei um tempo sem andar, andei de cadeira de roda... Sempre sozinho, procurando me refugiar nos livros.
Com dificuldades financeiras, Laedison foi morar nas ruas e, graças à um financiamento, conseguiu retornar à faculdade.
— Fui durante seis meses no banco fazer o financiamento, mas o banco não fazia por eu ser morador de rua. Até que eu fui na Comissão dos Direitos Humanos e eles fizeram o meu financiamento. Até me deram um cartão.
Neste vai e vem da faculdade para as ruas, ele acabou perdendo seus livros e documentos. Eles foram retirados — do cantinho em que ficavam na rua — por guardas municipais. Com a perda e mais uma luta que aparecia em seu caminho, Laedison começou a desanimar. Há 15 dias, ele não vai para a aula.
— Chego na faculdade sujo, todo "mendigão"... É mais um constrangimento pra mim. Não é o meu perfil! Quem me conhece, eu não ando assim!
No entanto, sua vida começou a mudar quando jovens estudantes cruzaram seu caminho. Elas faziam um trabalho sobre migração nas ruas, quando pararam para conhecer sua história e divulgaram na internet. A partir daí, começou uma mobilização nas redes sociais para ajudá-lo!
Fonte: R7
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