Nos capítulos anteriores: Marissol Frida é uma
estudante de Direito, patricinha, rica, que tem recebido mensagens ameaçadoras
de um número desconhecido. Ao investigar o suposto (a) autor (a) descobre que o
número de celular foi cadastrado com o CPF de um defunto. Mas agora, o rumo das
investigações tem foco em seis suspeitos: Brenda, Anelise, Luiz, Wilson,
Blaiti, e Pedro Henrique.
Terça feira, aula de
Direito de Família. O plano A é sentar na última carteira, mandar uma mensagem
para o número do suspeito e ficar analisando o celular que vai tocar e acusar o
culpado. O plano B é conversar individualmente com cada um dos suspeitos
e colocar em prática o que li em “Desvendando os segredos da linguagem
corporal” do Allan Pease. O plano C é pegar uma metralhadora e
TRA...TRA...TRA...
Tudo normal como
toda clássica turma de Direito: a professora advogada com seus slides e
exemplos práticos dos nossos amicíssimos Caio, Mévio e Tício (o principio
cientifico e educativo de Pedro Demo foi pro espaço), o Felipe-puxa-saco CDF e
líder da sala, respondendo com mérito tudo que a professora pergunta e
inclusive, o que ela também não pergunta e a Cristina lambisgóia parecendo que
vai participar de um concurso de Miss-emperiquitada.
Ok, plano A em ação.
Plano A fail. Mandei a mensagem, mas 99% da turma estão com o celular na mão
então... Na pausa coloco o plano B em ação.
- Brenda, oi!
- Marissol... oi ~ frieza
e cara de sério? Você vindo falar comigo?
- Como está? Sei que não conversamos muito, mas
também sei que você gosta de sushi e pensei em te conv...
- Marissol
que-ri-da, preciso ir! Meu boy está me esperando na frente da Biblioteca,
conversamos depois, beijinho.
Dá as costas e sai.
Sei que não tem boy nenhum, Brenda não é o tipo de garota que espera o boy na
frente da biblioteca faculdade. Também sei que nesse momento ela está revirando
os olhos e fazendo cara de nojo. Fico observando e percebo que ela encontra Anelise e elas saem cochichando entre
si.
- Ei, Wilson!
- Marissol... (ok,
por que todos fazem essa cara de espantados? Eu sou simpática, não sou?).
-
Como está? Muitas baladas, bebida e mulherada? (não vejo pergunta mais coerente
pra esse ser)
- De
leve, agora estou igual o Jorge e Mateus, eu sosseguei. (é pra eu rir?). Você
está bem? Parece meio incomodada. ´
É
ELE! Eu sabia que era ele. Mas que cara de pau, ainda por cima me perguntar se
eu estou bem, se eu tivesse uma metralhadora pra tra tra tra nele e...
- Já
sei! São as provas, né Marissol? Não se preocupe... Você é inteligente, vai
conseguir...
E além de inteligente, é linda... O que acha de nós irmos ao
Ois...
-
Wilson que-ri-do. Preciso ir, minha amiga está me esperando na frente da
biblioteca! Nos falamos depois, beijinho (obrigada Brenda, obrigada – E ARGH,
mil vezes argh, o que ele está pensando?)
Já é
hora de voltar pra sala, o Luiz deve
estar no DCE aguentando as piadas sobre o Palmeiras, a Blaiti deve estar vendendo maquiagem da Boti pra qualquer ser no
corredor, e o Pedro Henrique deve
estar isolado em algum lugar, fumando um cigarro (o que contraria toda sua vida
regrada e fitness) com aquela cara de misterioso. Brenda e Anelise nem sequer
voltaram pra sala. Meu celular toca.
“Você é louca mesmo, hoje tive certeza”.
(continua
no próximo post).