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quinta-feira, maio 16, 2013

É cartão recomeço e não bolsa crack

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palhaçoAntes que os militantes partidários me apedrejem por defender determinado político, digo-lhes que não faço aqui uma defesa formal dos atos do governador do estado de São Paulo, porém achei que deveria falar sobre o polêmico programa de ajuda aos viciados em crack.

Pra início de conversa o programa se chama Cartão Recomeço e não bolsa crack, segundo lugar, o viciado em drogas não vai receber mais de mil dinheiros em espécie em suas mãos queimadas de tanto fumar pedra.

Resumidamente o programa funcionará da seguinte maneira, o governo custeará por um período médio de seis meses a internação de pessoas viciadas em crack em clínicas particulares e pagará DIRETAMENTE às clínicas o valor máximo de R$ 1350,00 mensais por paciente.

Bastou isso para que a mesma patrulha que defende a pena de morte e compartilha imagem que auxílio reclusão é dinheiro pra bandido voltasse à ativa com toda a ira e desinformação que lhe são peculiares para descer a lenha no programa paulista.

Admita que você já viu várias e várias imagens com o novo “queridinho” dos reclamões de plantão dizendo que é uma baita de uma injustiça dar R$ 1.350,00 pra crackeiro enquanto o trabalhador honesto que acorda cedo e paga seus impostos e no final do mês recebe um mísero salário mínimo de R$ 678,00.

Porém, tal qual Jack, o Estripador, vamos por partes, a primeira e fundamental questão: o programa é estadual e vossas pessoas cultas que são, tem total ciência de que o valor do salário mínimo é escolhido pelos nossos nobres e ilustres congressistas, logo, se for pra fazer comparação, façam com o salário mínimo estadual pelo menos pra manter a coerência. Ah e só pra constar, o valor do salário mínimo do estado é de R$ 765,00.

Segundo ponto: o vício em drogas é caso de saúde pública, independente de você dizer que só usa drogas quem quer e tal, não se pode negar que alguma coisa tem que ser feita, ademais, o vício é uma doença e por este motivo deve ser tratado, e é isso que pretende o “controverso” projeto, tratar pessoas doentes. Tá na constituição que o governo deve tratar dos seus.

Terceiro, é triste e doloroso generalizar, mas via de regra, usuários de crack não trabalham, assim, há de se concluir que o vício é sustentado fundamentalmente através de pequenos assaltos ou ainda por meio de esmolas, mas só pra polemizar, vamos focar nos pequenos assaltos, que acabam por consequência movimentando policiais, enfermeiros (em casos extremos) e outros profissionais do estado.

E isso também tem um custo, que se colocarmos na ponta do lápis, pode acabar ficando mais caro do que o valor gasto com o tratamento de um dependente.

Ademais, estudos comprovam que a cada real investido em saneamento básico economiza 4 reais em saúde, outra pesquisa diz que um real gasto em educação gera R$ 2,50 para o PIB, assim é mais claro do que vodca que políticas preventivas funcionam mais do que repressivas, assim, o tratamento é uma das melhores opções. Tá, a melhor é não precisar tratar de viciados, mas nas atuais circunstâncias, o tratamento é o que “tem pra janta”.

Logo, independente de sua bandeira partidária, independente de suas convicções acerca de usuários de drogas, tente enxergar o vício como uma doença, social inclusive, e que na pior das hipóteses, com um viciado a menos nas ruas as chances de vossa pessoa ser assaltado também diminui.

AssinaturaLivan

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