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quinta-feira, junho 27, 2013

P#rra Doutor – Petição com acróstico

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fumoNos idos da década de 70, o rigor na elaboração das petições não era tanto elevado quanto o de hoje, e as petições em forma de poesias eram recorrentes, e não bastassem as petições em forma de poesia, a criatividade dos nobres causídicos ia além, e alguns deles ainda lançavam mão de um artifício deveras interessante, é o tal do acróstico, que nada mais é do que o ato de formar palavras com a primeira letra de cada linha (N.E.D. também é cultura). Vale a leitura.
MERITÍSSIMO JUIZ
Foi o réu descontraido à caça da capivara,
Uma empreitada – diga-se – alegre sem par !
Milicianos à espreita, desalmados, “coisa rara” . . .
Ouvidos moucos às súplicas, nem deixaram explicar !
Nada alegando, muito sincero, aceita a imputação,
Equilíbrio ecológico já é tese a não se esposar!
Lorotas mil, artifícios, coisas da imaginação
Ele preferiu – senso ridiculo – não contar !
espingarda apreendida
é coisa incompreendida !
e a absolvição? ora, absolvição . . .
mas se a pede, ainda, por compaixão !
lealdade, espírito de sacrificio
merecem, quando menos, algum benefício !
Tupi Paulista, 26 de abril de 1978
Aí você pensa que tudo acabou por aqui? Engano seu, o ilustríssimo eme eme deu a sentença nos mesmos moldes que o advogado.Coisa de gênio!
Como contestar o nobre advogado ?
Os seus dotes de vate conhecidos ?
Maior preocupação agora invade,
O amigo que tem bons os sentimentos.
Resolvo após árdua consulta,
Enfraquecido o ideal de Salomão
Questionar os doutos, que tarefa !
Urge decidir, quer queira quer não.
Enfim, atento às versadas súplicas:
Réu confesso: aplico multa !

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