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quinta-feira, outubro 03, 2013

Diário de uma Doutora–Perdida nos Tribunais

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Não bastasse ser uma advogada mirim, eu ainda sou “caipira”, nasci no interior, e não tenho quase nenhum apreço por passeios na capital do Estado.

São Paulo, terra da garoa – porém no dia que eu fui tava mais pra terra do dilúvio, e do trânsito infernal.

Pra começar, eu estava com um gps, e mais o gps do celular, e nenhum deles me levou para o caminho correto. O GPS dizia “siga pela direção noroeste”, e eu pensava que nem esquerda e direita eu consigo distinguir, quem dirá direção noroeste.

Por óbvio me perdi, errei umas duas vezes as entradas, quase matei meia dúzia de motoqueiros (mentira, foi um só), mas cheguei.

Cheguei a uma praça onde fica o Tribunal de Contas do Estado, fui consultei meu processo, fiz o que tinha que fazer , voltei pegar o carro no estacionamento, e perguntei para o rapaz como que eu chegava ao Tribunal de Justiça, quais avenidas eu deveria pegar.

O rapaz, estranhamente, pediu que eu me virasse. Sem entender, fiz o que ele mandou ficando de frente com uma praça, e só escutei assim: “Ó dona, se a senhora pegar o carro pra passar no meio da praça com ele, os policiais não vão gostar”.

O Tribunal de Justiça estava ali na minha frente. Respondi para o rapaz que realmente não ia ser nada bom, engolindo a vergonha, e fui lá. Chegando o Tribunal, descobri que não era lá que eu deveria ir, mas sim, ao Fórum João Mendes. Dessa vez fui mais “esperta”, e perguntei que direção ficava, porque eu sabia que estava perto.

O tal Fórum fica atrás do Tribunal. Lá fui, agarrada a minha bolsa, afundando meu pé nas poças de água imunda, e “tomando” toda chuva que caia.

Chegando lá, eu não sabia se estava em um Fórum, ou no Ministério da Magia (só quem assistiu Harry Potter entenderá).

coluna

Era um hall com mais de 15 elevadores, dezenas de pessoas entrando e saindo, trocentas varas cartórios ... pra quem estava acostumada com o Fórum de uma cidade do interior, aquilo ali chegava a ser assustador.

Mais uma vez fui em busca dos meus processos, fui brigar pelo prazo “roubado”. Discuti, demonstrei, clamei por bom senso... e cansei!

Após a maratona, vim “de volta para minha terra”, feliz e contente por estar no bom e velho Fórum interiorano, lugar onde eu conheço as pessoas, as ruas e os cartórios. Daqui eu só não conheço o guarda, que TODAS às vezes pergunta se eu sou advogada e pede a minha OAB. Qualquer dia eu pergunto se ele é guarda, e peço pra ver a funcional dele só de pirraça.

assinaturamari

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