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terça-feira, agosto 05, 2014

DIÁRIO DE UM ESTAGIÁRIO - O PODEROSO CHEFINHO

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Olá belíssimos, formosos e refinados leitores, conforme o prometido vim contar para vocês sobre o meu colega mala de estágio. Achei digníssimo escrever sobre ele, afinal além de eu ser uma mulher de palavra, (aquela velha história do fio do bigode) tem muitas situações engraçadas com o Chefinho*.

* o nome foi substituído para preservar a identidade.

O Chefinho era daqueles colegas “malas” mesmo, o sabe tudo, mandava eu fazer o chá dele e sempre o dono da razão, estilo capitão do mato c/c coronel. E eu a estagiária nova, querida, simpática, perdida e a mais empolgada do mundo por estar começando o estágio (inocente). Minha tortura diária já começava quando eu chegava, o chefinho já ia olhar o relógio pra ver se eu não havia chego atrasada, (tentava chegar sempre antes dele pra evitar as 50 chibatadas) aí entre muitos chazinhos para deixá-lo calmo, processos para remeter e receber, chazinhos para adoçar a sua vida amargurada, petições para juntar, despachos feitos, localizações, chibatadas e chazinhos de moranguinho, aconteciam as tragédias.

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Às vezes eu tinha vontade de comprar uma passagem só de ida para Marte e colocar em cima da mesa do meu colega querido, mas isso era quando ele me explorava. Hoje posso dizer até que sinto falta dos chocolates que ele levava e que muita coisa que eu sei hoje, é por causa do que ele me ensinou. Com aquele jeito delicado feito mula, cheio das ironias, entre uma chibatada e outra, mas aprendi (valeu Chefinho).

Certa vez chegou um senhor lá na assessoria e o Chefinho foi atender (graças a Goku eu estava procurando algum processo nesse momento) e até então tudo normal, o senhor era parte em um processo, queria informações e um “conselho” (estagiário tem cara de psicólogo, só pode). Quando me deparei com ele, já vi que vinha bomba e sorri internamente já que não era eu quem ia dar a “consulta” dessa vez. Com sua camisa verde fluorescente, calça social, havaianas daquelas azul com bege, e com seu desodorante vencido. Dia de sol em São Joaking, sem ar condicionado (pois nossa rede elétrica não suporta), o simpático senhor depois de uns bons 40 minutos contando sua história e quase nos causando uma parada respiratória reclamando do advogado com o chefinho resolve tirar seu chinelo e deslizar seu pé suado e sujinho pelo chão. Fui obrigada a me retirar para tomar um ar puro e ir compartilhar o acontecido com os meus outros colegas, que já sentiam o perfume (já atendi muita gente “folgada” mas igual aquele “tchô” nunca tinha visto). Quando retornei o nobre senhor já estava se despedindo, pensei que ia abraçar o chefinho como forma de gratidão, por ter sido tão atencioso, mas não, ele preferiu deixar sua marca registrada: o esboço de seus pés no chão da assessoria a base de terra e seu perfume à la suinês! Eu feliz e saltitante por achar que havia me livrado daquilo tudo, já estava abrindo portas e janelas e indo despachar, adivinhem... tive que limpar toda aquela sujeira. Porque alegria de estagiário é igual alegria de pobre, só que pior.

É isso aí minha gente, mais uma terça-feira, onde a Gisele Bündchen acordou linda e rica e nós aqui na luta (tamo junto) juntando petição e andando com o carrinho de processo pelo fórum, mas faz parte. Lembrem-se “que você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas existe algo que você nunca poderá comprar: um dinossauro”. E com essa belíssima frase inspiradora de Homer Simpson eu me despeço. Beijo de pão de queijo ;*

Tais

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