Faaaaaala, meuzamiguinho e minhazamiguinha! Tudo bem com vocês? Comigo está tudo meio sei lá... estou vivenciando aquela famosa crise de quem está prestes a chegar aos trinta anos. Essa é a última vez que vocês estão lendo um texto meu comv vinte e nove anos (grandes merdas).
E sobre o que eu vou falar hoje? É sobre o meu estilo “Márcia Goldschmidt” de advogar... calma, eu já explico. Vocês se lembram da Marcinha? Eu assistia a esse programa todo santo dia (podem me julgar). E como ela se comportava diante das pessoas que iam lá contar para o seu marido que tinham um pênis escondido dentro da vulva ou que não tinham um pênis e faziam sexo com suas esposas, durante todo o casamento, utilizando uma linguiça calabresa? Ela se envolvia, ela entendia o problema desde a sua raiz... está certo que antes de fazer a moça contar contar pra mãe que estava grávida e não sabia qual dos 6 caras com quem transou era o pai, ela chamava a Araci com aquela voz sexy tremidinha pra fazer propaganda da Top Therm ou o Juarez da Tek Pix (será que alguém já comprou aquilo?)
E qual é o estilo Márcia Goldschmidt de advogar? Ele pode ser resumido no lema: O SEU PROBLEMA É O MEU PROBLEMA. Eu, infelizmente, adoto esse workstyle desde quando comecei a advogar (cinco anos). Eu me envolvo com os problemas dos outros, eu sofro com os meus clientes, eu me irrito com eles também, confesso... mas o que eu quero dizer é que é o tipo de advocacia que eu não recomendo que ninguém pratique. Não que você deva ser uma pessoa sem coração, desumana... não! Mas você tem que aprender a separar um pouco as coisas, sabe? E o que a questão dos meus 30 anos chegando tem a ver com isso?
Simplesmente porque eu concluí que, se eu continuar nesse ritmo, que nem uma maluca, cuidando e me preocupando assim com os problemas dos outros, eu não vou viver até os 50. Vou acabar enfartando, tendo um AVC, tendo uma síncope nervosa ou vou acabar me enforcando num pé de morango.
Vou contar sobre uma vez que eu sofri muito por causa de uma cliente e da situação dela. Ela tinha vários problemas de saúde, mal podia andar e respirar e não tinha quase nenhum dinheiro para se sustentar. Me sensibilizei com a sua situação de verdade. Ajuizei uma ação para conseguir uma consulta junto a um médico especialista, que estava sendo negada a ela. Consegui. Naquele dia eu me senti a Erin Brockovich, saca? Passado um tempo, a filha dela me procurou. A mãe estava internada num hospital, já tinha tido quatro derrames pulmonares e precisava de um mandado de segurança para que fosse transferida para um outro hospital melhor... enfim... fui lá, fiz tudo “pro bono”, consegui. Me senti a Erin Brockovich de novo. Tava tão feliz que cheguei até a fazer um comentário coxinha no Facebook, do tipo: “é para isso que eu me formei em Direito blá blá blá whiskas sachê”. Quem nunca fez um comentário escroto desse, né? Tive meu momento coxinha, confesso para vocês.
Passado mais um tempo, soube por várias pessoas que a minha cliente tinha fingido estar com câncer para todos os funcionários do Posto de Saúde onde atendida Ela mobilizou várias pessoas, que doaram roupas, alimentos, dinheiro. Fizeram bingo, rifa, venderam os órgãos internos no mercado negro... tudo para ajudar essa cidadã. Puts... me senti tão mal com isso. Fui feita de otária?
Depois de mais um tempo, ela me procura dizendo que precisava de remédios que não estavam sendo fornecidos. Eu teria que ajuizar outra ação. Tudo de graça? Sacanagem, né? E pra uma pessoa que fingiu ter câncer? Disse que não faria. Pra quê? Essa mulher ficou revoltadíssima, reclamou de mim na OAB inclusive. Fui obrigada a entrar com a ação porque minha nomeação pra Obrigação de Fazer abrangeria também a Fase Executória. Ela disse que não estava recebendo os remédios. Depois descubro que ela se negava a pegar os medicamentos, que, inclusive, tentavam entregar na casa dela. E tudo por quê? Por que ela queria receber a multa caso a Prefeitura descumprisse. Ela só falava dessa multa.
E eu fiquei chateada mais uma vez com isso. Fiquei estressada, irritada, perdi o sono. Tem dia que eu acho que o Capiroto que escolhe uns clientes que vêm diretamente do inferno e manda pra mim. Porque não é possível!
A partir desse dia as coisas mudaram (não, pera). Não que eu não me envolva mais com os problemas dos clientes... me envolvo sim, mas bem menos do que antes. Mas continuo me afetando muito com tudo, por isso reafirmo a vocês: não sei se chego aos cinquenta anos.
Então, meus queridos leitores, o que eu gostaria de passar para vocês? Saibam separar as coisas, façam o seu trabalho, mas não deixe que ninguém te faça de idiota. Por mais problemas de saúde que uma pessoa possa ter. Se ela está viva depois de tudo é porque é vaso ruim e vaso ruim não quebra fácil.
Bom final de semana pra vocês! E leiam sempre a minha coluna, deixem seus problemas nos comentários, porque O SEU PROBLEMA É O MEU PROBLEMA (mentira... cada um que cuide da sua vida. Você pra mim é um problema seu). Beijos da Caroleeeena.
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