Hoje acordei meio Lispector... Tentando me decifrar, entender minhas antinomias. Porque estou tentando abraçar o mundo? Onde quero chegar? Eu me lembro de ter um objetivo... Mas a correria do dia a dia me fez desanimar. Ah! Claro, passar no concurso. Será que alguém se sente como eu... Quando passa o dia ligado no automático, seguindo as regras de conduta de uma pessoa normal que mal se lembra dos sonhos por estar tão acomodado com a rotina? Eu mesma me perco, me enlouqueço, me desatino, me desalinho.
E aí me bate a Janis Joplin... E sinto como se durante o meu dia, eu fizesse amor com 25 mil pessoas e voltasse pra casa sozinha. Eu sou o alvo. Ás vezes sou um alvo invisível. Estou lá, sentada, observando as pessoas em suas manias e vícios: aquela que não vai embora sem tomar o cafezinho da sala ao lado, aquele que sempre esquece as pastas e pede pra secretária deixar na recepção, aquela que sempre pergunta se a roupa está decente, aquele que precisa passar a fase do Candy Crush enquanto espera a audiência e por isso te pede a senha do wifi... Sempre tem alguém novo, com uma velha mania. Deixa um pouco dele, e leva um pouco de mim... E talvez volte, talvez não, talvez eu esqueça ou talvez me deixe lembranças. Espera aí meu bem, onde você está indo? Não, o caminho é para o outro lado.
“Você deveria tomar Canabidiol”. Ora, me respeite.Billie Holiday já dizia: tudo que a droga pode fazer por você é te matar lentamente, difícil caminho. Talvez eu esteja um pouco perdida, mas porque não se perder um pouco? Nunca conheci alguém emocionalmente estável. E eu nunca quis sê-lo. Intensidade faz tudo parecer mais divertido. E nada que não seja simplesmente extraordinário não vale a pena ser vivido (alma de poeta, olhos de Sinatra).
Lá pelas tantas, pego a minha a agenda e releio meus “objetivos para 2015”. Está na hora, não? Estamos na metade do ano... 40% dos objetivos realizados. Ok. Mas minha saúde não é de ferro... Talvez eu deva desacelerar. Isso não vai me fazer ser menos proativa. Ou vai. Ou talvez eu só esteja querendo provar algo que não precisa ser provado. Ou eu estou enlouquecendo? Ou, ou, ou...
Quem sabe um livro de auto ajuda? Quem sabe uma palestra motivacional? Uma psicóloga? Um filme? Eu sou concurseira. Eu posso tudo, menos desanimar. Meu objetivo me faz continuar. Só quem quer muito ter sucesso, não se importará de dormir menos duas horas. Começar do zero. Reinventar-se. Reajustar-se. O que for preciso... Porque eu quero. Eu sinto falta. Sinto saudades do que não vivi... Não é mesmo Renato Russo?
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