Um paciente do Estado americano da Virgínia foi indenizado em US$ 500 mil (R$ 1,54 milhão) por ter sido difamado por seus médicos durante uma colonoscopia. As ofensas feitas no exame foram gravadas em um celular.
O homem, identificado no processo pelas iniciais D.B., havia levado o aparelho para o consultório dentro do bolso de sua calça para gravar as instruções do médico após o procedimento, que ocorreu em 18 de maio de 2013.
Porém, o aplicativo de gravação do celular foi acionado antes da anestesia, registrando as conversas do gastroenterologista, da anestesista e do técnico de enfermagem que assistiam o paciente.
A anestesista Tiffany Ingham chamou o paciente de covarde e retardado. "Depois de cinco minutos de conversa antes do exame, eu queria te dar um soco na cara", disse a médica ao homem, que estava sedado.
Os profissionais de saúde ainda debocharam de erupções cutâneas que o homem tinha no pênis. "Olha, não toca nele, pois você poderá pegar sífilis no braço ou alguma coisa", disse Ingham, alertando a assistente.
A médica incluiu no prontuário médico que o paciente tinha hemorroida, mesmo sem ter sinais da doença. O homem soube das ofensas a caminho de casa, quando ouviu a gravação, e decidiu entrar na Justiça contra os médicos.
A defesa dos profissionais de saúde argumentou que os diálogos foram registrados sem autorização dos envolvidos. Porém, o tribunal levou em consideração uma lei da Virgínia que permite as gravações sem consentimento.
Dessa forma, Ingham e a médica assistente foram condenadas ao pagamento de US$ 100 mil (R$ 308 mil) por difamação e US$ 200 mil (R$ 616 mil) cada por prática médica indevida ao dar diagnóstico falso do paciente.
O valor foi um acordo entre os advogados das partes, já que a defesa desejava indenização de US$ 1,75 milhão (R$ 5,39 milhões). O gastroenterologista que chefiou o procedimento, Soloman Shah, foi absolvido neste caso.
Além da indenização ao paciente, tanto Ingham quanto Shah passam por processo administrativo do Conselho de Medicina da Virgínia. Nem o paciente nem os médicos comentaram sobre a decisão.
Fonte: Folha
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