Era pouco mais das 19h da última terça-feira, quando quatro estudantes de direito do 1º semestre, adentraram no restaurante La Peleja, zona norte de Teresina-PI.
Mas um desentendimento a respeito da conta terminou em agressão física.
De acordo com o boletim de ocorrência, os jovens resolveram aplicar o golpe que os estudantes de direito popularmente chamam de “pendura”, que consiste em ingressar em um estabelecimento comercial, consumir comidas e bebidas e após um discurso eloquente saírem sem pagar.
No entanto, um dos garçons, ao ver as vestimentas dos universitários (terno e gravata), incompatíveis com a temperatura habitualmente registrada na cidade, desconfiou que pudesse se tratar do referido golpe, vindo a informar aos demais funcionários do estabelecimento.
Neste momento, o gerente da casa, Sr. José Adilson Rodrigues dos Santos se aproximou dos estudantes solicitando que os mesmos fizessem o pagamento imediato dos valores consumidos, momento em que um dos estudantes argumentou “não ser obrigado a tal prática, pois o Código de Defesa do Consumidor estava ao seu lado”.
Na sequência, apresentou seu “Vade Mecum” (livro universitário de estudantes de direito) e complementou dizendo que “ não tinham um centavo na carteira, mas se o gerente não trouxesse mais quatro cervejas e uma porção de coxinhas imediatamente, os estudantes processariam o restaurante por crimes contra a ordem econômica.”
Conforme documento policial , “neste instante, o gerente, juntamente com dois garçons, Sr. Antônio Nogueira e Sr. Rogério Nogueira, agrediram os estudantes, valendo-se dos ‘Vade Mecuns’ dos mesmos para tal, vindo ainda a fazê-los engolir considerável quantidade de folhas dos referidos livros, enquanto enforcavam os mesmos com as suas próprias gravatas.”
Os jovens, ainda atordoados, conseguiram se evadir do local, pegando um taxi para o hospital Nossa Senhora das Graças, no entanto, durante o percurso, em conversa com o taxista, relataram os fatos e o motorista, ao tomar ciência que os universitários não possuíam dinheiro algum, parou o taxi e passou a desferir golpes com um cassetete nos estudantes, que gravemente feridos tiveram de ir caminhando até a unidade hospitalar.
Enrique Ricardo, um dos estudantes, visivelmente emocionado falou-nos com exclusividade:
— Em nenhum momento fomos agressivos ou tivemos alguma atitude criminosa, só estávamos fazendo uma brincadeira tradicional, mas podem ter certeza, a OAB será notificada disso, vamos ingressar com uma ação contra o restaurante e o taxista, vamos exigir danos morais, materiais, lucros cessantes. Eles não podem fazer isso e ficarem impunes, isso é inconstitucional!
— Argumentou o jovem .
O caso foi registrado no 23º Distrito Policial. Segundo a chefia de investigação da unidade, os acusados ainda não foram ouvidos. — Foi feito o BO (Boletim de Ocorrência), mas as vítimas precisam vir aqui e dizer se querem prosseguir com a ação penal. A partir deste momento que se instaura inquérito e as outras partes são ouvidas — informou a chefia de polícia.
— Faremos isso em breve. Primeiro estamos nos recuperando fisicamente. Vamos provar que as pessoas civilizadas podem conviver em sociedade, dentro das normas. E os que não conseguem, vão pagar na forma da lei. Vou até o fim! — desabafa Enrique A reportagem tentou localizar os donos do estabelecimento e o taxista, mas não houve retorno.
Fonte: Embuste News
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