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sexta-feira, novembro 06, 2015

ESCRAVO RECEBE TÍTULO DE ADVOGADO HONORÁRIO 133 ANOS DEPOIS DE MORRER

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Um escravo que lutou pela liberdade dos negros no Brasil virou advogado na noite desta terça-feira (3), em São Paulo. A cerimônia de registro profissional honorário de Luiz Gama na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi realizada na faculdade de direito do Mackenzie, depois de 133 anos.

Benemar França, tataraneto de Luiz Gama, disse que “gostaria de ter um décimo do que ele foi, do que fez e esse reconhecimento, essa colocação de ele ser um advogado porque o que ele fez foi lutar contra a escravatura juridicamente. Acho bem merecida porque ele foi alguém que fez muita coisa.”

Luiz Gama até tentou fazer a faculdade de direito no Largo de São Francisco, mas a elite do século 19 impediu. Ele resistiu, estudando sozinho nos livros da biblioteca.

ESCRAVO

“Vejo a luta dele né, então vale a pena pra aqueles que encontram essa dificuldade, essa certa discriminação, de insistir”, disse Ana Paula Gatti, estudante de direito.

Biografia
Gama nasceu em 1830 e passou a infância em uma casa na Bahia. Aos 10 anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai. Aos 17 anos conseguiu a liberdade de volta, o que não bastou.
Ainda libertou 500 escravos e virou um dos maiores líderes abolicionistas do país.

Silvio Luiz de Almeida, professor de direito da faculdade Mackenzie e presidente do Instituto Luiz Gama falou sobre a importância de resgatar a história. “É uma disposição renovada de uma luta pela construção de uma sociedade mais justa, uma sociedade não racista.”

Luiz Gama morreu em 1882, aos 52 anos. Por pouco, não viu quando a Lei Áurea pôs fim à escravidão no Brasil. A morte dele provocou uma comoção em São Paulo, que tinha 40 mil moradores e três mil participaram do enterro. Era tanta gente que o caixão ia passando de mão em mão, veio lá do Brás, onde ele morava, até o Cemitério da Consolação, onde foi sepultado.

É a primeira vez na história que a Ordem dos Advogados do Brasil concede o título de advogado a uma pessoa que não se formou em direito e que já morreu.

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