Salve, salve pessoas lindas e garbosas da nação fundística, sabem vocês por experiência própria ou por terceiros que via de regra advogados tributaristas não participam de audiências, e por isso, nos dias em que o meu trabalho se dará única e exclusivamente dentro do escritório me dou ao luxo de trabalhar com uma camisa polo.
Ocorre que nesta semana em um dia em que estava com minha camiseta estampada surgiu a necessidade de fazer um protocolo, mas como era coisa rápida decidi ir do “jeito que estava” (não ia colocar terno e gravata que sempre ficam dentro do carro de sobreaviso), assim, saí correndo e fui até a justiça estadual fazer o tal protocolo, lá chegando precisei utilizar-me de um dos computadores da OAB para a impressão de alguns documentos, estou eu sentado tranquilamente diante de um dos computadores quando percebo um senhor falando alto sobre a falta de computadores, em uma breve olhada ao redor eu observo que todos os demais computadores também estavam ocupados e o senhor continua a reclamar com uma madame que estava ao seu lado sobre a demora em conseguir acesso à uma “máquina”.
Eu não gosto de usar os computadores da OAB, primeiro porque são umas puta carroça e segundo que não gosto de ficar colocando senha minha em computador que é compartilhado com um monte de gente, e se não é caso de imprimir nada eu uso o meu notebook, mas como tinha que compartilhar a impressora tive que me render aos computadores da Ordem.
Mas enfim, continuando, as reclamações do causídico impaciente que antes eram genéricas se tornaram específicas e ele passou a criticar uma doutora que estava ao celular, mas que não tirava a bundinha da cadeira. Abaixei meus lindos olhos e voltei a me concentrar no texto, até que em um certo momento ouço a frase: “aquele ali nem advogado deve ser”. Suspeitei que era pra mim, por causa das minhas vestes, mas fingi que não ouvi e continuei com o meu texto, mas a concentração já não era a mesma de outrora e passei a prestar atenção na conversa e concluí que o foco era realmente a minha pessoa. Ele dizia que era necessário que se tomassem providências pra que o uso dos computadores fossem de uso exclusivo de advogados e estagiários. E que ia fazer uma reclamação formal na OAB, pois aquela sala já estava virando bagunça pois ele precisava urgente do computador para instruir sua cliente (que estava ao seu lado) para uma audiência que estava prestes a começar e estava impedido porque “não advogados” estavam ocupando a sala.
Até que cansado de esperar o “colega” veio até mim e perguntou: você é advogado?
Já estava meio puto e me limitei a responder: “tanto quanto o senhor” sem nem olhar pra cara dele, só que isso o deixou ainda mais bravo e ele perguntou se poderia ver a minha OAB. Comecei a dar risada e obviamente disse que não! Voltei ao meu texto, que neste momento já havia terminado, mas estava enrolando só pra deixar o tiozão irritado, até que decidi sair, não sem antes desligar o computador só pra sacanear um pouco mais.
Passei ao lado dele e fiz questão de dizer: “Doutor, estava ouvindo as suas reclamações e acho que o senhor está coberto de razão, essa sala está virando bagunça mesmo, o senhor acredita que tem advogado que ao invés de instruir seus clientes de como proceder na audiência em seu próprio escritório eles deixam tudo pra última hora e chegam ao cúmulo de traze-los pra dentro de uma sala que é de uso exclusivo de advogados e ainda oferecem café e bolacha pra eles?
E como de bobo eu só tenho a cara e o jeito de andar, apertei o passo e saí da sala antes que o meu novo amigo pudesse me responder qualquer coisa…
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