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segunda-feira, julho 23, 2018

A invasão dos coachs jurídicos

Unknown

                                                Segundo definições encontradas nesta grande rede de computadores interligados que é a internet, a definição de coach é: “um profissional especializado em coaching (?!!!), e o responsável por ajudar você em seu processo de autoconhecimento, empoderamento e no alcance de sucesso.”

Outros sites dizem que o coach “é um profissional habilidoso e disposto ajudar você a desenvolver seu potencial infinito e conquistar resultados extraordinários em sua vida pessoal e profissional”

Não sei se você é velho o suficiente pra se lembrar de uma propaganda da wiskas sachê que a pessoa ficava falando com o gato usando aquela voz de criança segurando um sachê de ração nas mãos e o gato só ouvia “wiskas sachê, wiskas sachê, wiskas sachê”.

Pois bem, quando alguém vem me falar de coach, eu me sinto como o gato da propaganda (e não é por causa da minha beleza descomunal) e ouço apenas “bla bla bla, bla bla bla, bla bla blá”, não é que eu não respeite os coachs ou aqueles que foram “colcheados”, mas é que…

Não, eu não respeito mesmo, desculpe!

Eu sei, eu sei, tem profissional bom, especializado nisso e capaz de ajudar as pessoas a mudarem o rumo de suas vidas, mas são poucos, e pra usar uma palavra da moda, peguei um certo ranço de coach, especialmente os jurídicos, que prometem fazer você passar na oab, em concurso ou enriquecer na advocacia, porque grande parte deles não tem experiência pra ensinar nada, os caras tão aí, tudo perdido igual a gente, pegando papel na ventania e decidem que é um bom momento de ensinar as pessoas a terem sucesso na vida.

Olha, me desculpe o preconceito, mas eu não quero assistir a palestra “Como ter sucesso na advocacia” de um cara que chega em um celta vermelho ano 2010, eu quero ser treinado pelo cara que chega de carro importado, com um “relojão” caro no pulso, usando um terno italiano e que use aquele perfume de propaganda, que você sente o cheiro e tem vontade de transar. (não necessariamente com o palestrante)

Sem título-1

Tenho a teoria que essa onda de coach é culpa da herbalife, porque eles deram treinamento pra geral vender mais shake de emagrecer,mas depois de emagrecer a população mundial (rá) foram se espalhando para as outras classes profissionais. Malditos!

Esse texto não é pra te desencorajar de procurar ajuda, se você acha que precisa de um direcionamento, corra atrás, contrate, mas contrate um cara foda!

Assim como tem advogados bons e ruins, também tem coach assim, não basta o coach dizer: “sou bom porque passei num concurso foda”, o cara tem que ser bom porque sabe ensinar, sabe motivar, ele tem que ter estudado pra isso, porque passar em concurso é difícil, mas tem muita gente que passa, então não caiam no conto de que só porque o cara é concursado ele vai ser bom, muito menos no conto do cara que diz que vai te dar causas milionárias, porque advogado é tudo egoísta, se ele achar uma causa milionária, ele vai pegar pra ele e não passar pra você que tá pagando 10 parcelas de 150 reais pelo “treinamento”.

Essa coisa de te motivar, de falar que as coisas vão melhorar, e te cobrar uma grana pelo seu futuro sucesso já existia antes, mas tinha outro nome, era chamado de DÍZIMO!

E antes que digam que estou fazendo uma crítica desprovida de embasamento prático, digo que de tanto criticar os coachs, um deles disse que ia me fazer mudar de ideia e seria o meu “mentor” por 45 dias, mas depois de 3 semanas eu desisti, porque percebi que o cara era apenas um “personal agendator” que mandava imagens motivacionais durante o dia e cobrava os meus prazos no fim do expediente!

Não era isso que eu esperava de um cara que prometia revolucionar o meu “lifestyle” (sim, ele usava essa palavra)

Mano, de mensagem motivacional, já basta as que eu recebo no grupo da família e o controle dos meus prazos eu faço com uma parada chamada agenda, quero um coach que me mostre como ficar rico, vender meu celta vermelho e comprar uma mercedes!

Dr. Careca

Advogado sem doutorado e dirige um celta vermelho

sexta-feira, janeiro 25, 2013

Diário de um Doutor – Começar é difícil

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ComeçarSalve! Salve! Depois de algum tempo adormecida, tal qual uma fênix ressurgindo das cinzas, está de volta a coluna que retrata o dia a dia de um advogado em início de carreira. E todo começo é difícil, conseguir um emprego já é complicado, atingir o sucesso nos primeiros anos, quase impossível.

Necessito dizer que como advogado recém aprovado na OAB você não vai ficar rico do dia pra noite, se quiser riqueza sem muito esforço, sugiro que mude de profissão, sei lá, tente escrever uma música com tchêrere tchê tchê, bará bará berê ou tchu tchã tchá que as chances de ganhar uma boa grana é alta.

Venho sentindo na pele essa dificuldade em enriquecer, e vez ou outra me bate aquele desespero de achar que não vou conseguir comprar minha Ferrari antes dos 35 anos.

Sabe aquela piadinha que a galera faz com o “se tá ruim pra você, imagina para...”? Então, sem fazer piada e sem querer parecer mais arrogante do que eu já sou, eu poderia dizer o seguinte: se tá ruim pra mim que trabalho no mesmo escritório há mais de 6 anos, tenho pós graduação em Tributário e estou cursando um MBA, imagina pra quem se formou e tá desempregado?

Depois de dois anos de aprovado na OAB eu posso dizer uma coisa, seus títulos não vão lhe servir de nada neste momento, porque por mais conhecimento que você possua, por mais que tenha sido um excelente aluno e seja melhor que muito advogado com muitos anos de experiência, o número da sua OAB vai pesar. E VAI PESAR MUITO!!!!

Todo e qualquer escritório vai usar esse artifício para te pagar um salário baixo, afinal você não tem experiência, todo e qualquer cliente que você for conversar vai tentar jogar isso na sua cara pra que o valor de seus honorários seja reduzidos. E posso dizer isso com propriedade, pois vivi isso alguns dias atrás.

Poucos sabem, mas sou associado de um dos melhores escritórios(senão o melhor) em Contribuições Previdenciárias no Brasil e além disso dei uma puta sorte, pois tenho uma enorme liberdade de atuar em causas “particulares” e assim sendo resolvi dar o maior passo que minhas pernas lindas e musculosas poderiam dar. COMPREI UMA SALA E MONTEI MEU ESCRITÓRIO.

Assim, comprei a sala, na verdade, compramos, pois tenho um sócio nessa nova empreitada, mas por enquanto só compramos a sala, porque montar o escritório são outros quinhentos, a sala ainda tá no contra piso, e o dinheiro pra terminar a sala e colocar móveis lá dentro acabou!

Mas mesmo assim, a gente já corre atrás de alguns clientes, mas até agora o sucesso do escritório é nulo (espero que isso mude com a sala devidamente concluída) e dias atrás um cliente em potencial nos procurou para uma reunião, haja vista que ele estava querendo trocar de advogado.

Chegamos na reunião com os nossos melhores ternos, apresentamos o escritório (que ainda nem existe) e o cliente começou falar que queria um escritório que desse uma atenção maior, que ele não queria ligar pro advogado pedindo pra apagarem um incêndio, ele queria evitar o fogo e tal. E logo em seguida disse: e aí eu decidi procurar por vocês que ESTÃO COMEÇANDO AGORA!

Nesse momento um pequeno balde de água fria imaginário caiu sobre a minha cabeça, pois percebi que ele não estava procurando um escritório por conta de apagar incêndio, ele queria era pagar menos.

Descobrimos por conta de alguns contatos que a conta com o escritório atual girava em torno de R$8.000,00 (oito mil reais) mensais, nós, cientes disso e desesperados para conseguir o cliente passamos um orçamento cerca de 40% abaixo do atual.

Alguns dias depois fomos chamados novamente para uma nova reunião, e já tínhamos a certeza que tudo ia girar em função de “baixarmos os preços”, numa conversa antes da reunião fixamos um valor mínimo: por menos de 4 mil a gente não fechava nada. Era muita coisa pra fazer e menos que isso seria inviável.

Entramos na reunião e antes do boa tarde escutamos um “se baixar o preço a gente assina hoje”, explicamos a complexidade dos serviços, e tentamos manter o valor informado, não colou, baixamos para o nosso limite, não colou novamente e ali (mentalmente) eu dei por encerrada a reunião. Confesso que depois da recusa nos 4 mil eu parei de ouvir o que era dito, mas retomei os sentidos quando ouvi o seguinte: doutores, vocês estão começando, vamos fechar uma parceria que pode ser duradoura, vamos começar com um valor baixo e com o tempo a gente vai adaptando o contrato.

Perguntei o que seria um valor baixo e ouvi sem a menor cerimonia o seguinte: MIL E QUINENTOS REAIS!!!!

Me levantei, disse muito obrigado e parti!

AssinaturaLivan

segunda-feira, outubro 08, 2012

Diário de um Doutor – Que louco né!

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pilha“véi, seu blog é muito massa e as coisas que você escreve são legais pra caramba, ainda to no primeiro semestre da facú, deve ser loco ser advogado, morar sozinho e fazer essas coisas que você faz. abraço”

Amigos e amigas se vocês forem um pouco espertos, devem ter percebido que o texto de hoje começou com um e-mail enviado por um leitor e um leitor deveras deslumbrado com a profissão.

Eu não queria ser o portador das más notícias, mas ó amigão, ser um advogado em começo de carreira pode ser muita coisa, menos “loco”, pois apesar de estar aprendendo muita coisa e o trabalho mais técnico ficar com os advogados mais experientes, o trabalho é intenso, e ininterrupto.

Até porque, se você quiser crescer e ser alguém na vida, é necessário mostrar serviço, e então meu querido é necessário trabalhar mais do que o normal, e é o que eu busco atualmente, e com isso o trabalho aumenta. São petições, são guias a serem recolhidas, são copias a serem extraídas, são viagens a serem feitas, são telefonemas a serem dados, e-mails a serem enviados e muitas outras coisas, não acho que é mentira, não tem mais coisas, mas o que eu escrevi aqui já é coisa pra caralho.

Aposto que vossa pessoa, deve estar imaginando: “puta cara chorão, trabalha de segunda a sexta e tá reclamando” e teoricamente até que existe uma certa razão nisso, mas ó, a justiça “trabalha” somente nos dias úteis, mas advogado não tem esse luxo, e a gente rala também aos finais de semana, e além disso, esse advogado aqui, também estuda nos finais de semana, precisamente aos sábados, das 8 até as 17 e não fosse isso bastante, o “laranja” aqui ainda inventou de criar um blog, e com isso, o tempo que eu teria para estar degustando “vódegas” suecas, aperitivos finos, eu estou em casa preparando postagens para que depois de publicadas, alguns de vocês comentem com os singelos dizeres “mas que lixo hein”, “sem graça”, “fraco” ou então “tosco”.

Com isso, ao priorizar a vida profissional, o lado pessoal, que também é muito importante vai ficando em segundo plano, você deixa de frequentar os bares com os amigos, deixa de bater aquele futebolzinho às terças feiras, e também abandona coisas básicas porém necessárias para a sua sobrevivência, como por exemplo cuidar da limpeza básica de sua casa e de suas roupas, até chegar ao ponto de você se preparar para tomar banho e perceber que das 15 cuecas que você possui, não existe uma sequer que esteja limpa.

Assim, meus amigos, eu digo-lhes que a imagem que ilustra este texto é real, recente e foi tirada nesta semana na minha humilde residência pra gente fazer amor e espero que ela sirva de incentivo a você que acha “loco” ser um advogado e morar sozinho. Eu juro, a foto é real e são as roupas que foram lavadas, mas aguardam serem passadas, porque eu sou pobre e não tenho dinheiro pra pagar empregada.

Loco né?

Um grande beijo

Assinatura Livan

terça-feira, outubro 02, 2012

Diário de um Doutor – Sexta Feira Tenebrosa

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CarroquebradoSomente as pessoas mais próximas sabem, a maioria das coisas que me proponho a fazer costumam dar certo, só que antes das coisas se concretizarem, tudo o que puder dar errado pra atrapalhar os meus objetivos, irá dar errado e da pior maneira possível.

E assim já começo dizendo que um exemplo disso se iniciou na quinta feira, pois eu tinha cirurgia(hemorroidas) mentira…agendada para sábado e a secretária liga, avisando que o filho da puta do médico tinha um congresso e teria que remarcar (nunca vi ter tanto congresso de medicina), enfim, primeira notícia ruim, a segunda veio na sexta feira, exatamente às 5:12 da manhã, o telefone tocou, e vai o Livan acordar correndo pra preparar uma petição.

Terminei o que tinha que fazer, peguei as chaves eu fui pegar o carro, ao tentar dar a partida, o carro fez tudo, menos ligar, ligou o som sozinho, começou a piscar as setas, o limpador de para brisas também começou a funcionar, o ar condicionado ligou no máximo, ele apitava tudo o que podia apitar e o painel piscava mais que luminária de puteiro, ah e ele disparou a buzina também, (nem preciso dizer que um carro fazendo barulho antes das 7 da manhã, não é uma coisa que os vizinhos apreciam muito)

Ao chegar na oficina, um ser que pesava umas 15 arrobas me interpelou dizendo que nem precisava descer o carro do caminhão porque eles só trabalhavam com agendamento.

Sério? Você quer que eu agende uma manutenção não programada? É sério isso? Da próxima vez eu entro num acordo com o carro e peço pra ele me avisar uns 3 dias antes que ele vai quebrar, ai eu agendo o serviço com antecedência, mas hoje eu vou descer essa porra desse carro aqui e quero ele arrumado o quanto antes!

Durante essa acalorada conversa recebo um sms do chefe dizendo assim: não esqueça de tirar as cópias pra instruir aquele agravo que temos pra hoje...

Depois de preenchida toda a papelada, voltei pra casa pegar o notebook e ir para o escritório terminar o agravo e tirar as cópias, clamei (via facebook) por uma alma caridosa que pudesse me dar uma carona até o escritório, e o meu chefe, sempre muito atencioso diz: “A alma boa está nesse exato momento dirigindo um ÔNIBUS, próximo aí da concessionária, melhor ir logo para o ponto senão você perde a alma boa...”

Porém, existem pessoas dotadas de compaixão e consegui uma carona, cheguei ao escritório, quando estava na porta, lembrei, puta que pariu, esqueci as chaves dentro do carro...

Peguei um taxi e estava no caminho da oficina quando o telefone toca: Livan, o problema do seu carro é a bateria, só que eu estou ligando pois a mesma não tá incluída na garantia...

Veja a minha sorte, a única porra que a garantia do carro não cobre é justamente o que quebrou!

Muito feliz que estava, fiz o que todo mundo faz, reclamei muito no twitter facebook, pois eu achei suspeito o defeito ser na única coisa que não estava coberta pela garantia, e até pensei, se eu tivesse sido educado com o gordo, talvez a minha bateria não tivesse “dado pau”.

Mas como eu disse, nada é tão ruim que não possa ser piorado, e eu chefe comenta no “feice” acha que o dia está ruim, espera até descobrir que o pessoal da vara perdeu um protocolo que você fez um tempo atrás!

Desisti de buscar as chaves, liguei para o amigo, irmão e quase colunista deste blog, Diego e pedi socorro, não dava pra eu ficar andando de taxi o dia inteiro, logo ele chegou e partimos direto para o fórum tentar resolver este caso, fiquei mais de 2 horas explicando pra mulher que eu tinha feito o protocolo e tal, e ela dizendo que não, até que ela pegou o processo, e meu protocolo estava lá, límpido e formoso, mas os anexos do protocolo realmente haviam sumido. Mais uma hora e um estagiário disse: ah acho que eu vi esses apensos, estão naquela caixa ali ó... E foram olhar a caixa e adivinhem, estava tudo lá. (porque estava na caixa e não no processo eu não sei e ninguém lá soube explicar).

Um problema a menos, mas faltava ainda ir até o escritório pra terminar o agravo, chegando lá fui pegar os autos e o chefe disse: já tirei cópia e fiz o agravo, você veio aqui só pra isso?

Sim, só pra isso!

Eu tentei te ligar pra avisar, mas não consegui, complementa o the boss!.

Então peguei o celular no meu bolso pra conferir se tinha alguma ligação perdida e constava a seguinte mensagem na tela: ERRO GERAL, ou seja, carro e telefone quebrado no mesmo dia!

Assinatura Livan(só pra constar: o carro ficou pronto no mesmo dia e eu não paguei pela troca da bateria, mas o telefone…)

terça-feira, setembro 18, 2012

Diário de um Doutor – Meu nome não é Ivan

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Saibam vocês que apesar da visível falta de cabelos e da idade avançada, sou um advogado recém inscrito nos quadros da ordem (se você quer parecer experiente, troque OAB por ordem), haja vista que fui aprovado há pouco mais de um ano. Pra ser mais preciso um ano três meses e dezessete dias. Até aí tudo bem, não fosse um pequeno detalhe.

ATÉ HOJE NÃO ENTREGARAM A MINHA CARTEIRA COR DE ROSA!

É isso mesmo, estou esperando a carteirinha da OAB há mais de um ano. (advogados ficam bem putos se você falar carteirinha, mas eu gosto de falar só pra provocar)

imagesLá no ano de 1981, um senhor distinto e muito culto de nome João Pereira, lendo um livro russo (não me pergunte que livro era) encontrou um nome que decidiu ser o nome de batismo do seu filho que estava prestes a nascer. Assim, nasci com a sina de carregar este belo, porém pitoresco nome, que ninguém consegue escrever ou pronunciar corretamente. (como você tá lendo e provavelmente nunca ouviu este nome eu lhes ensino como pronunciar: Livã... é isso e pronto, não é Lívan, com acento no i, não é Lívian, e também não é Lívia)

Agora voltemos aos tempos atuais, passados alguns meses desde que solicitei a minha inscrição na OAB, meu telefone tocou e pediram pra falar com o doutor LÍVAN e me avisaram que a minha carteira estava pronta e que o cerimonial de entrega seria tal dia.

Maravilha! Lá fui eu de terno e gravata no dia marcado buscar a cor de rosa, fiz todo aquele juramento, cantei o hino, ouvi aqueles discursos que ninguém presta atenção e torci pro lendário advogado campineiro que só usa terno nas cores da bandeira do Brasil não ser o escolhido para entregar a minha carteira, pois a foto iria sair no jornal da cidade. (se você tá achando que é mentira que esse cara existe clique aqui)

Deu tudo certo, e quem me entregou a carteira foi um advogado desconhecido, porém de terno preto, já fiquei feliz. Porém, a primeira coisa que você faz ao pegar um documento de extrema importância nas mãos é olhar pra ver como saiu na foto. Ficou uma merda, mas tudo bem, eis que ao ler o meu nome, uma surpresa: LIVIAN!

Porra, Livian não caralho, é Livan, Livan... não tem esse i no meio! Saí de lá direto pra OAB pra corrigir isso e um estagiário deveras mal educado me disse o seguinte: ahh você assinou o papel quando solicitou e tinha que ter conferido o seu nome, se está errado é culpa sua que não leu direito antes de assinar.

Só que eu sou vacinado contra erros no meu nome e por isso sempre confiro tudo e sabia que estava certo, pedi pra ver o papel que eu tinha assinado. Essa folha levou um mês pra chegar, quando chegou eu vi que não tinha me enganado, o meu nome estava certo na folha e errado na carteirinha.

Pedi outra, e eles queriam que eu pagasse novamente a emissão, obviamente disse que não ia pagar porra nenhuma porque o erro tinha sido deles e eles é que tinham que se virar, fiquei nessa briga por vários dias até que enfim me disseram que tava tudo certo e que um novo pedido havia sido feito.

PELA SEGUNDA VEZ ELES ERRARAM O MEU NOME! Agora veio como IVAN, sem o L!

Eu nunca entendia o motivo das pessoas matarem seus semelhantes, mas neste dia eu senti que era possível matar uma pessoa sem sentir muita culpa.

Pois bem, agora me ligaram novamente e disseram que a carteira está pronta, então fui até lá busca-la, só que não me entregaram, pois eu preciso fazer todo aquele cerimonial novamente, e não adiantou chorar e bater o pé dizendo que já fiz o juramento e tal, vou ter que fazer tudo isso pela terceira vez, mas como diz aquele ditado, cachorro que já levou picada de cobra tem medo de linguiça, então eu pedi pra ver a minha carteira só por desencargo de consciência e desta vez está certo. E com isso eu acho que entro para a história da OAB como o primeiro advogado da história a fazer 3 vezes o mesmo juramento para pegar uma única carteirinha.

Assinatura Livan

segunda-feira, setembro 03, 2012

Diário de um Dotô – Correria

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atarefadoSalve, salve pessoas lindas e bem atarefadas do universo jurídico, essa coluna anda um tanto quanto sumida do blog, e tem um motivo, eu não gosto de escreve-la, pois via de regra, tenho que contar histórias reais e que quase nunca tem algum chamativo que possa entreter vocês, meus queridos leitores, mas ainda assim eu sou teimoso pra caramba e continuo escrevendo, até que eu enjoe!

Pois bem, além de não gostar de escrever esta coluna, a minha ausência se deve também a outro motivo, eu tô ralando pra caramba por esses dias, e aqui entra uma fase complicada desta coluna, porque se meu chefe ler, vai achar que é reclamação, e não é, além disso, o que paga a mensalidade deveras elevada da minha pós graduação é o meu salário no escritório, uma vez que o N.E.D. não me rende um fucking centavo.

Como disse, estou trabalhando pra caramba nestas últimas semanas, nunca d’antes na história deste advogado mequetrefe, as tarefas se acumularam tanto no sistema do escritório, tem tanta coisa pra fazer que eu tava até meio perdido, e some-se ainda a este fato uma mudança no programa de gerenciamento dos processos do escritório e que eu não gostei nada. Tá certo que o sistema anterior era ruim pra caramba, caia toda hora, só funcionava com o internet explorer, enfim, dava aquelas zicas bonitas, porém, eu sou um cara que odeia mudanças, e apesar de saber que o sistema era ruim, eu tenho um carinho por ele, e além disso essa coisa de ter que aprender usar um novo sistema me cansa, pois é um tempo a mais que vou perder, e as minhas tarefas vão se atrasando ainda mais.

Já adianto que o sistema atual não é ruim, a verdade é que eu ainda não sei como usar, mas hoje, segunda feira, no momento em que você estiver lendo este texto, estarei eu, na linda e amável capital paulista, realizando um treinamento do novo programa de gerenciamento. Apesar de estar escrevendo este texto no sábado à tarde, eu sei que durante o treinamento eu só estarei pensando: “merda, tenho carga pra fazer, porra, ainda não fiz aquela exceção de pre-executividade, cacete tem aquelas contrarrazões pra fazer também”

Aqui em Campinas são apenas 2 advogados e nenhum estagiário, assim, via de regra vez ou outra os serviços de estagiário caem no colo de alguém, e assim, as tarefas vão se acumulando, mas ao mesmo tempo que é ruim, é bom, pois é bom sair do escritório às vezes, dar uma passeada e tal, e é ruim porque passa a impressão que não estamos trabalhando direito, mas, o jeito é engolir o choro, pois é o que tem pra janta…

Assim, meus queridos e ilustres leitores, esta coluna é mais uma justificativa do que uma coluna, e lhes peço paciência em caso de atraso nas postagens do N.E.D.,pois a prioridade é manter o meu emprego, então, caso vocês se sintam entristecidos e aborrecidos com um eventual atraso das postagens e um provável sumiço da fanpage do N.E.D. eu clamo a todos e peço que organizem uma vaquinha, que atinja a casa dos cinco dígitos (sem contar as casas decimais) e depositem em minha conta corrente, que assim eu prometo nunca mais atrasar uma postagem.

Beijo.

Assinatura Livan

segunda-feira, agosto 20, 2012

Diário de um Dotô – Vou dar um barraco aqui!

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cadeSalve, salve pessoas medrosas e recatadas do universo jurídico, semana passada postei aqui sobre um pequeno problema que tive para devolver um processo em uma cidade vizinha, e algumas pessoas ficaram curiosas para saber qual foi o desfecho da história, e como esta é a coluna que eu mais tenho dificuldade em escrever, pois me faltam ideias, decidi seguir o conselho desse pessoal.

Pois bem, realmente não tive alternativa, senão me deslocar quase 100 quilômetros até à cidade cujo processo foi perdido, para tentar descobrir o que havia acontecido, e assim o fiz, rock and roll no carro e bora pra estrada, chegando lá expliquei quem eu era e informei novamente o que já tinha dito pelo telefone e que era basicamente: eu devolvi este processo no dia sete de agosto!

A diretora da vara dizia que os autos não estavam lá e duvidava da minha honestidade e dizia que se eu tivesse devolvido o processo, o mesmo certamente estaria lá. Eu fui ficando um tanto quanto puto, mas não tinha muito a fazer, a não ser olhar pra cara da elementa que recebeu os autos e confronta-la, mas eu não conseguia acha-la la dentro, pois ela só chegaria as 13 horas, detalhe, eram nove e quinze!

Fiquei esperando até dar o horário para a segunda leva de estagiários chegar, tomei um “sucuzinho” na padaria, comi um pão de queijo, olhava no relógio e a hora não passava, pra piorar a minha vida estava passando Ana Maria Braga! Como é que meu tempo ia passar mais rápido assistindo aquilo? É o que dizem né, quando uma coisa dá errado, ela se dá da maneira mais errada possível só pra te ferrar!

Eis que deu o horário e eu voltei lá, assim que cheguei dei de cara com a estagiária que tinha recebido o processo, falei com ela e com a diretora novamente e ela disse: realmente eu lembro dele trazendo os autos, mas não sei se é esse que a gente não acha! Nesse momento eu respirei aliviado e pensei comigo: se fodeu estagiária, você não devia ter dito isso, pois imediatamente exigi que a diretora desse baixa e fizesse constar a devolução, pois a funcionária do cartório havia acabado de confirmar que eu devolvi.

Obviamente ela disse que não, pois a estagiária disse que se lembrava de mim devolvendo um processo, mas não tinha como precisar qual era. Ocorre que o único processo em levado em carga por mim naquela vara era justamente o que tinha sumido, pedi pra ela fazer uma pesquisa e comprovaria que eu não tinha nenhum outro processo sob minha posse. ELA SE RECUSOU!

Ai meus nobres eu parti para o ataque, incisivo porém educado disse que se ela não desse baixa eu iria despachar com o juiz, isso é praticamente um barraco, já que se você gritar lá corre o risco de ser punido, então uma ameaça assim é um “barraco jurídico” e saibam vocês que cartorários se cagam de medo de juiz, principalmente quando o problema é com o funcionamento da vara. A responsável disse que não precisava e nem adiantaria, uma vez que o juiz não poderia fazer nada, pois era uma questão interna.

Ignorei completamente e fui fazer uma petição rápida explicando o acontecido, e devido a minha organização extrema, leia-se falta de higiene com o carro, os comprovantes de pedágio do dia que fiz a devolução ainda estavam lá! Juntei na petiçãozinha e voltei lá pra despachar, nem preciso dizer que fui fuzilado pelos olhares da diretora, mas ó nem me preocupei.

Ao adentrar à sala do eme eme expliquei o caso e ele foi deveras atencioso, disse que isso nem era caso de despacho, bastava utilizar o bom senso, se levantou e disse, vamos lá resolver isso. Fomos até a secretaria novamente e o meritíssimo só disse o seguinte: por favor dê a baixa deste processo pois estou satisfeito com a explicação do advogado, além  do mais, acho melhor você dar baixa no processo sem que ele junte essa petição, pois se ele juntar vai ser pior para todos vocês! Disse o juiz!

Só que o eme eme saiu e me deixou lá com a diretora e os demais servidores, nem preciso dizer que se eles pudessem, estariam me sentando o cacete de tanto ódio pela bronca tomada. Enquanto a digníssima servidora procedia a baixa do meu processo ela disse que com a minha atitude eu poderia causar a demissão da estagiária e que bastaria eu ter um pouco mais de paciência que tudo se resolveria de uma maneira tranquila, mas como eu fui impaciente demais, um estagiário iria perder o emprego.

Neste momento perdi um pouquinho a compostura e me limitei a dizer: com todo o respeito, antes ela chorar pelo emprego dela, que eu pelo meu!

Assinatura Livan

segunda-feira, agosto 13, 2012

Diário de um Dotô – Não confie em ninguém

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nao confie em ninguemAntes que vocês pensem que estou putinho com alguém ou com alguma coisa eu digo que vocês estão completamente corretos, mas esta é uma coluna um tanto quanto jurídica, então não tô falando de nada pessoal, estou falando realmente de um fato do dia a dia de um advogado juvenil. (juvenil no sentido de pouco tempo de profissão e não de idade)

Não sei se o que aqui reproduzo é uma realidade no resto do Brasil, mas pelo menos aqui na região de Campinas quando se trata de justiça federal você está no céu dos advogados, porém se falarmos em inferno, a gente imediatamente associa à justiça estadual.

Parece que na justiça estadual eles se esforçam para que tudo que já é lento e complicado se torne ainda mais lento e complicado do que é pra ser, e sabendo disso eu que sou só um pouco bobo, já me preparo para evitar problemas e sempre faço as coisas com o maior cuidado do mundo. Por exemplo: quando vou fazer uma simples devolução de um processo na justiça estadual, eu fico esperando até ver que o cidadão deu a efetiva baixa nos autos, anotando a data em que os autos foram devolvidos. Pode até parecer um excesso de zelo, uma frescura, mas é um “mal necessário”.

Ocorre porém, que na justiça federal eu não tenho essa mesma precaução, e explico o por quê! Lá, as coisas funcionam redondinhas, o andamento que está na internet é efetivamente o real status do processo, sem contar que o pessoal é muito mais simpático e educado, além das estagiárias serem muito mais lindas.

Porém, o sistema sempre tem suas falhas, e num procedimento de rotina, na semana passada fui até uma cidade aqui da região, que é muito conhecida pela qualidade de suas linguiças, para fazer devolução de um processo numa vara federal, e ciente de que tudo sempre caminha de modo normal, cheguei até a secretaria, e como de praxe entreguei os autos nas mãos de uma estagiária e disse: “é devolução de um processo, carga normal ok, você dá baixa aí?”

- Claro doutor, pode ficar tranquilo!

Virei as costas e voltei para a linda e aprazível Campinas, até aí tudo normal, não fosse uma ligação que recebi na quinta feira, cobrando a devolução do processo. Dr. Livan, só estou ligando pra saber quando é que o senhor vai devolver os autos de número tal.

Claro que fiquei bem puto, mas mantive a calma, informei que já havia devolvido o processo e inclusive disse o dia e hora em que os mesmos foram devolvidos, mas obviamente não adiantou porra nenhuma, pois até agora não consta no site da Justiça Federal a devolução dos autos.

Assim, neste momento em que você está lendo este texto, eu estarei me deslocando até uma cidade nem tão vizinha assim, afinal são quase 90 quilômetros, só pra olhar na cara daquela estagiária e dizer: eu devolvi o processo nas suas mãos, onde foi que você enfiou? (obviamente que não falarei isso, pois sou um moço educado quando estou trabalhando, mas a ideia é essa)

E com isso aprendi mais uma lição, nunca confie nas pessoas!

Como já dizia o ditado popular, “conselho se fosse bom, ninguém dava”, mas mesmo assim eu vou quebrar o galho de vocês e fornecer um conselho gratuitamente, nunca confie em ninguém, seja na esfera estadual, seja na federal, seja na sua vida pessoal, não confie nem na sua mãe, ainda que ela seja a serventuária da justiça. Chegou pra devolver o processo e é vossa mãe que vai lhe atender, diga: é devolução, e peça para ela dar a baixa imediata e confira.

Não troque uma palavra sequer com a mamis até a efetiva baixa dos autos, depois da baixa efetivada você já pode perguntar o que vai ter pra janta.

Assinatura Livan

segunda-feira, agosto 06, 2012

Diário de um Dotô – Eu odeio matemática

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quadro_azul_matematica_formulas_garotoOlá amigos lindos e garbosos da nação fundística, a vida de um advogado em início de carreira já é foda por si só, e se esse advogado for ambicioso ao ponto de querer comprar uma ferrari antes dos 40 anos as coisas se complicam ainda mais.(é o meu caso)

E como uma ferrari, ainda que usada não sai por menos de quinhentos mil dinheiros, eu parti para um plano ousado, inicialmente passei a jogar semanalmente na megasena, mas até agora não consegui passar de 2 acertos em uma aposta, então mudei a estratégia e foquei nas mulheres milionárias e bonitas que estivessem dispostas a um relacionamento novo, mas se já está difícil encontrar uma mulher (ainda que pobre) linda e gostosa que me queira, eu nem preciso dizer que falhei miseravelmente neste plano de conquistar uma endinheirada.

Deste modo, só me restaram os estudos pra progredir na carreira profissional, já conclui uma pós graduação em direito tributário na PUC e agora estou cursando um MBA em Planejamento Tributário e Gestão de Tributos na FGV, e confesso que agora a porra ficou séria.

Se vocês não sabem, o principal motivo que me levou a escolher a faculdade de direito foi a “quase total” inexistência da realização de cálculos matemáticos no decorrer do curso, uma vez que nunca nutri um sentimento de afeto pela matemática e isso vem desde os tempos da Dona Bernadete (professora de matemática do primeiro grau) e assim permanece até hoje.

Na primeira pós graduação os números foram pouco exigidos, pois o curso era focado na parte jurídica da coisa, e assim os cálculos foram mínimos, porém, como eu já disse, agora a porra ficou séria, pois este MBA é destinado não só aos advogados, mas também para administradores de empresas, contadores e afins, com isso a matemática está mais presente, e quando eu digo mais presente, eu quero dizer tem matemática pra caralho no curso.

Até que as primeiras aulas foram um tanto quanto tranquilas, uma vez que os estávamos aprendendo os conceitos básicos de contabilidade, então era aquela coisa de ativo, passivo imobilizado, balanço patrimonial, razonete e afins, mas apesar das dificuldades deu pra se virar, CONTUDO, para a minha tristeza, os conceitos se esgotaram na última aula e os cálculos se iniciam efetivamente na aula que vem, e para aumentar a tristeza o nobre e ilustre professor me orientou a trazer na próxima aula a criação mais  bem sucedida do demo, o nobre e fanfarrão docente pediu para que eu providenciasse para a próxima aula a prova que o capeta não só existe, mas que além disso ele faz coisas pra zombar de você. Ele pediu pra que eu leve a tal da HP12C!

Se você não sabe o que é a HP12C, eu digo que esta calculadora é do mal, ela é a porra de um aparelho que se você apertar 2, depois apertar o sinal de mais e novamente pressionar o 2, a sua conta não vai dar 4, essa coisa tem um botão de “enter” e mais um monte de botão que eu não sei pra que serve. E o pior, eu não tenho essa calculadora e eu não quero comprar, pois eu sei que só vou usar nas aulas e depois nunca mais, então eu já decidi que comprar está totalmente fora de cogitação!

Pra amenizar a culpa de não comprar a calculadora eu comprei um livro que chama-se “Contabilidade para não contadores”, porque eu já decidi que prefiro não saber fazer a conta e saber os conceitos contábeis do que o contrário, assim, eu já clamo pela intervenção divina de que na prova a ser realizada daqui 15 dias que ela exija mais conceitos do que cálculos, porque senão eu estarei bem fudido e aí certamente precisarei da maldita calculadora pra saber de quantos pontos eu vou precisar na prova de segunda chamada.

Assinatura Livan

terça-feira, julho 24, 2012

Diário de um Dotô - Reclamão

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carl_fredricksenSalve, salve pessoas lindas e garbosas da nação fundística, sabem vocês por experiência própria ou por terceiros que via de regra advogados tributaristas não participam de audiências, e por isso, nos dias em que o meu trabalho se dará única e exclusivamente dentro do escritório me dou ao luxo de trabalhar com uma camisa polo.

Ocorre que nesta semana em um dia em que estava com minha camiseta estampada surgiu a necessidade de fazer um protocolo, mas como era coisa rápida decidi ir do “jeito que estava” (não ia colocar terno e gravata que sempre ficam dentro do carro de sobreaviso), assim, saí correndo e fui até a justiça estadual fazer o tal protocolo, lá chegando precisei utilizar-me de um dos computadores da OAB para a impressão de alguns documentos, estou eu sentado tranquilamente diante de um dos computadores quando percebo um senhor falando alto sobre a falta de computadores, em uma breve olhada ao redor eu observo que todos os demais computadores também estavam ocupados e o senhor continua a reclamar com uma madame que estava ao seu lado sobre a demora em conseguir acesso à uma “máquina”.

Eu não gosto de usar os computadores da OAB, primeiro porque são umas puta carroça e segundo que não gosto de ficar colocando senha minha em computador que é compartilhado com um monte de gente, e se não é caso de imprimir nada eu uso o meu notebook, mas como tinha que compartilhar a impressora tive que me render aos computadores da Ordem.

Mas enfim, continuando, as reclamações do causídico impaciente que antes eram genéricas se tornaram específicas e ele passou a criticar uma doutora que estava ao celular, mas que não tirava a bundinha da cadeira. Abaixei meus lindos olhos e voltei a me concentrar no texto, até que em um certo momento ouço a frase: “aquele ali nem advogado deve ser”. Suspeitei que era pra mim, por causa das minhas vestes, mas fingi que não ouvi e continuei com o meu texto, mas a concentração já não era a mesma de outrora e passei a prestar atenção na conversa e concluí que o foco era realmente a minha pessoa. Ele dizia que era necessário que se tomassem providências pra que o uso dos computadores fossem de uso exclusivo de advogados e estagiários. E que ia fazer uma reclamação formal na OAB, pois aquela sala já estava virando bagunça pois ele precisava urgente do computador para instruir sua cliente (que estava ao seu lado) para uma audiência que estava prestes a começar e estava impedido porque “não advogados” estavam ocupando a sala.

Até que cansado de esperar o “colega” veio até mim e perguntou: você é advogado?

Já estava meio puto e me limitei a responder: “tanto quanto o senhor” sem nem olhar pra cara dele, só que  isso o deixou ainda mais bravo e ele perguntou se poderia ver a minha OAB. Comecei a dar risada e obviamente disse que não!  Voltei ao meu texto, que neste momento já havia terminado, mas estava enrolando só pra deixar o tiozão irritado, até que decidi sair, não sem antes desligar o computador só pra sacanear um pouco mais.

Passei ao lado dele e fiz questão de dizer: “Doutor, estava ouvindo as suas reclamações e acho que o senhor está coberto de razão, essa sala está virando bagunça mesmo, o senhor acredita que tem advogado que ao invés de instruir seus clientes de como proceder na audiência em seu próprio escritório eles  deixam tudo pra última hora e chegam ao cúmulo de traze-los pra dentro de uma sala que é de uso exclusivo de advogados e ainda oferecem café e bolacha pra eles?

E como de bobo eu só tenho a cara e o jeito de andar, apertei o passo e saí da sala antes que o meu novo amigo pudesse me responder qualquer coisa…

Assinatura Livan

terça-feira, julho 17, 2012

Diário de um Dotô – Acabaram as dicas

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joinhaEu já sabia que este momento ia chegar uma hora ou outra, acho até que demorou para acontecer, mas eu preciso dizer que eu não tenho mais ideia do que escrever nesta coluna. É eu sei que era pra ser um diário e tal e fazer um diário teoricamente é fácil.

Agora tente fazer um diário sem mencionar nomes de clientes, sem mencionar as propinas que a gente paga para juízes, promotores, fiscais, políticos, oficiais de justiça e até mesmo estagiários da parte contrária para perdem processos “involuntariamente”, sem poder falar mal do chefe, porque ele lê a coluna e o pior de tudo, sem ter muito assunto pra contar.

Tá, só a parte de não mencionar nomes de clientes  e a falta de assunto é que são verdadeiras, mas mesmo assim é foda, porque determinados clientes tem um ramo de atuação um tanto específico e fica difícil dar exemplos sem identifica-los.

Porque né, por mais que a gente goste da profissão, por mais que advogar seja gratificante e tal, nós não vivemos aventuras “like a Indiana Jones”, nós não temos tantas histórias interessantes para contar do dia a dia, principalmente eu, que trabalho na área tributária, que é um ramo do direito que via de regra não existem audiências, então é foda chegar aqui e dizer: oi pessoas lindas da nação fundística, essa semana eu fui pra Tatuí, fica carga de 3 processos, tirei cópia integral de 2 e parcial de um, preparei uma réplica contra uma petição da fazenda e algumas planilhas e assim foi a minha semana…

Pior que isso, (pior para a coluna, é claro) é que além de estarmos no direito tributário, nós atuamos em uma “ramificação” muito específica dos tributos que são tributos relacionados ao custeio da previdência social e prestamos serviços principalmente ou unicamente à grandes empresas, então não temos nem o contato com aquele tipo de cliente que fala que tá com um “pobrema cuzimposto” e chega lá falando mal do prefeito da cidade que só quer saber de aumentar o IPTU. E ai vai ficando cada vez mais difícil escrever sem que vocês durmam.

Eu sei que se a coluna for só um simples e puro diário, em 3 minutos vocês estariam entediados e é por isso que é difícil preparar uma coluna sobre a nossa profissão e obrigatoriamente ser original toda fucking semana!

Então, essa coluna de hoje é só pra dizer que as próximas terão um enfoque diferente, mas eu não sei se vai funcionar. a coluna Diário de um Dotô realmente passará a ser um diário e não uma coluna com dicas, aliás hoje é o dia das reformulações, agora a pouco o Diego avisou que a coluna dele vai mudar e agora é a minha vez.

Semana que vem vocês vão realmente ler um resumo semanal da vida de um advogado, mas pra não cair nesse marasmo eu vou tentar algumas coisas que realmente não sei se vão funcionar, se eu perceber que ninguém gostou eu mudo novamente ou então dou um fim nessa coluna. Só pra constar a segunda opção é uma possibilidade bem capaz de ser a utilizada, embora eu esteja gostando de escrever 3 colunas por semana eu confesso que é um tanto cansativo e parte de mim torce para essa coluna não dar certo pra eu ter uma folguinha a mais.

Então é isso pessoas lindas. Inté!

Assinatura Livan

terça-feira, julho 10, 2012

Diário de um Doutô – De estagiário à advogado!

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Cla01150808Vida de advogado em início de carreira é difícil pra caramba, ao menos que você tenha conseguido ser promovido de estagiário para advogado, ou que você irá dar continuidade no escritório de seus pais eu tenho que lhe alertar que você vai passar um perrengue do caramba!
Como em minha família nuca houve um advogado sequer, eu parti para o outro lado, buscar meios de conseguir um estágio e fazer este estágio virar um cargo efetivo, e pra mim deu certo, e vou explicar alguns dos motivos que acredito eu, fizeram diferença para minha contratação.
O primeiro deles, seja puxa saco, faça café para o seu chefe, busque o almoço dele, se o bife não estiver cortado, corte-o, se o carro dele estiver no mecânico, ofereça vosso veículo para que teu superior não fique à pé, enfim, seja um lustra bolas de categoria.
Mentira né seus cabeção, ser puxa saco não adianta nada, quer dizer, sei lá… Às vezes adianta. Mas enfim, não sei se é porque eu parti pro mundo jurídico um pouco mais tarde que a maioria do pessoal, ou se é porque eu sou um ser de cabeça boa e não costumo fazer cagada nos empregos, mas eu acredito que não tenha cometido alguns dos erros mais comuns que os jovens estagiários cometem.
Já cansei de dizer que o ambiente jurídico é formal, cheio de frescuras e coisas que você pode não gostar mas tem que seguir, e no estágio não é diferente, não é porque você não tem tanta responsabilidade quanto um advogado que você não tem que seguir tais regras. A não ser que o teu chefe permita que você vá trabalhar sem terno, não vá, ainda que você não faça visitas à fóruns e nem faça nenhum trabalho externo, não tome suas próprias escolhas, porque você pode não sair, mas o escritório pode receber muitos clientes e é bom que vossa senhoria esteja nos padrões exigidos.
O fato do seu chefe ser engraçadinho e gostar de fazer piadinhas com o pessoal não lhe dá direito de fazer o mesmo, nunca se esqueça que é ele que assina o cheque no final do mês e ele pode não gostar se você fizer uma piadoca ou outra, então não seja o engraçadinho do trabalho, é muito comum o estagiário ir pro boteco com os chefes na sexta feira e voltar na segunda feira chamando o cara por apelidos e tudo mais, esquecendo do respeito só porque deu umas risadas no final de semana, mas ó, como diria aquela gordinha: ISSO NÃO PODHHHHHHH, afinal, como eu já disse, O AMBIENTE JURÍDICO EXIGE UM COMPORTAMENTO EXEMPLAR.
Outra coisa importante, tem estagiário que acha que o chefe é bobo, o cara sai do escritório às nove e meia da manhã pra fazer um protocolo e volta às duas da tarde e fala que o fórum estava muito cheio, MENTIRA né, quer outro exemplo bacana: eu conheço um estagiário que organiza a agenda do chefe, então ele sabe todos os dias que ele pode chegar mais tarde ou ir embora mais cedo do escritório, só que uma hora a casa cai meu nobre.
Então amigos estagiários que almejam uma vaga no quadro de advogados, se você quer manter o seu emprego por muito tempo a regra mais importante a ser seguida é a seguinte: seja um cara responsável, obviamente pode ser que você faça tudo isso e ainda assim, no final de seu contrato de estágio você seja dispensado, é um risco, mas pelo menos você deixará uma boa impressão.
Assim, eu lhes digo e repito: a responsabilidade é item básico de toda profissão, principalmente se você quer ser promovido no escritório e deixar de ser subordinado e virar um “subordinador”  mas ó, dica bônus do dia, se tudo isso der certo e você virar um advogado do escritório continue sendo o mesmo, porque não tem coisa mais chata que gente que é promovida e vira um pau no c#.
Beijo!
Assinatura Livan

terça-feira, junho 19, 2012

Diário de um Dotô – Audiências

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Bom dia gente linda, garbosa e disposta do universo da leis, mais um dia de coluna, e hoje vou falar de um assunto muito importante e que causa pânico nos jovens advogados e que igualmente também causou a mim: AUDIÊNCIAS! 

Como advogado tributário, confesso que faço pouquíssimas audiências, corrigindo, nunca faço audiências, assim, as únicas experiências que tive com audiências não foram à serviço do escritório, mas como o meu chefe uma vez me disse que advogado em início de carreira é até bom fazer uma audiência ou outra só pra ir ganhando confiança e experiência, eu decidi me aventurar por este mundo desconhecido pra mim. 

depois01A primeira audiência que eu fiz na vida, na verdade foram 4 audiências em um único dia, aconteceram de uma maneira completamente inusitada, e de um modo que eu jamais imaginaria, estava eu no fórum de Tatuí, (interior de São Paulo) consultando alguns processos na vara das execuções fiscais, quando por sei lá que raios eu precisava despachar uma petição com o eme eme.  E ao me dirigir até a sala do mesmo, ele me atendeu e quando estava saindo ele me disse: “Doutor, nós temos algumas audiências (criminais) que serão realizadas agora, mas o advogado dativo ainda não chegou, o doutor não poderia fazer a gentileza de realizar estas audiências até que ele chegue? 

Minha vontade era dizer que não… Mas o que eu disse foi quase um não, argumentei que minha área de atuação era outra e que nunca na vida tinha feito uma audiência criminal, e que não sabia sequer os “rituais” de uma audiência dessas, e ele me disse pra ficar tranquilo que era só pra sentar lá e cumprir uma formalidade, ou seja,era só sentar pra fazer volume, e além disso, ele e a promotora estariam lá pra me ajudar caso eu precisasse. E assim, eu fiquei na sala, muito mais pela bela promotora do que pelo pedido do juiz, mas fiquei e  após chamadas as partes, entra o meu “cliente”, algemado e vestido com roupa de presidiário, e a primeira coisa que o juiz disse foi que eu estava apenas fazendo um favor e tal. 

O primeiro caso foi pra lá de tranquilo, pois quando o eme eme terminou de ler o que o cidadão havia praticado e questionado o mesmo se ele havia praticados os fatos narrados, o ser disse que sim, e aí ficou fácil. Só fiz uma ou duas perguntas e pronto, audiência terminada. As outras audiências foram parecidas, mas depois da primeira, eu fui ganhando confiança e até me meti a besta de fazer uma ou outra pergunta. Tanto é que no intervalo entre uma audiência e outra o juiz disse: “doutor, apesar das suas perguntas serem corretas e pertinentes, não precisa fazer pergunta, se não quiser perguntar é só falar: sem perguntas e pronto, assim você vai embora mais cedo.” Mesmo assim, fiz algumas perguntas nas demais audiências, até que elas acabaram e eu voltei pra Campinas feliz e contente afinal tinha perdido a virgindade quanto às audiências.

Mas apesar disso, eu não considerei aquilo como uma audiência, porque né, eu não fiz nada demais,eu queria uma audiência daquelas que você estuda o processo, participa, faz perguntas e assim por diante, e não demorou muito até a minha primeira e “efetiva” audiência aparecer, e foi uma audiência trabalhista, que vale mencionar, não tenho muita intimidade com a matéria. 

Em razão disso, fiquei com um puta cagaço, medo de gaguejar, medo de fazer pergunta idiota, medo do advogado da outra parte acabar comigo. O medo era tanto que eu até cheguei a sonhar que estava fazendo audiência e todo mundo ria da minha cara… Mas, eu sou um cara sabido e astuto, e pra evitar que meu sonho se tornasse realidade, fui até o fórum e passei quase o dia todo sentado lá assistindo as audiências. Eu já tinha assistido audiências outras vezes, mas das outras vezes eu estava lá para cumprir uma obrigação, uma vez que a faculdade exigia algumas horas como atividade complementar, mas nas visitas anteriores eu estava preocupado apenas em anotar os dados do processo, e esperar o juiz assinar a minha folha pra poder ir embora. Só que agora era diferente, agora eu tinha que prestar atenção aos rituais, onde sentar, o que fazer, como proceder e tal e depois de tudo mentalmente anotado, voltei pra casa e dei uma última lida no processo e nas perguntas que iria fazer no dia seguinte. 

Estava realmente preparado e pensava assim: amanhã vou dar uma sova do advogado, amanhã a gente vai tirar uma grana desses caras. Cheguei no fórum, meu cliente chegou também, e após alguns momentos o advogado da reclamada me chama e diz: “Doutor, minha cliente quer propor um acordo de tal valor”. Fui novamente falar com o meu cliente e disse o valor proposto e ele disse: ACEITA, ACEITA!  

Deu uma puta vontade de dizer: 

- Porra, você tá de brincadeira! Eu vim ontem nesse lugar, assisti audiência, fiquei estudando o processo à noite, anotei um monte de pergunta pra fazer e agora você quer aceitar o acordo? Nem fodendo, vamo entrar lá e brigar com esses caras! 

Mas não disse nada, e com isso eu só entrei na sala, e disse: Excelência, nós acabamos de pactuar um acordo e só viemos aqui pra homologar, ou seja, não durou nem 3 minutos a porra da minha primeira audiência!

Assinatura Livan

terça-feira, junho 12, 2012

Diário de um Dotô – Seja cara de pau!

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Salve, salve pessoas lindas, faceiras, românticas e apaixonadas do universo jurídico, respirem fundo, e sintam o cheiro do amor, hoje o amor está no ar, hoje é dia dos namorados. Espero que você como um bom namorado/marido, tenha acordado mais cedo, preparado o café da manhã e levado na cama para a sua amada. Se não fez isso, shame on you, mas você ainda tem chance de se redimir, mande umas flores pra ela agora, AGORA, vai… para de ler e liga na floricultura seu mão de vaca duzinferno, e não se esqueça do presente, mas só entregue no jantar romântico pra encerrar a noite de forma bem bacana. Agora se você for mulher, não esquenta a cabeça com nada disso, não precisa de café na cama, não precisa de flores, presentes ou jantares, nada disso é necessário, basta você colocar uma lingerie bacana e ó… já sabe né! Porque né, sem hipocrisia, a gente não liga pra nada disso, desde que você “compareça” no fim da noite. 

Mas se você tá mais largado que patê de berinjela e tá batendo papo com atendente de telemarketing pra se sentir menos carente, ai meu querido, agradeça a sua companheira de sempre, sua companheira de todas as horas… agradeça a sua mão direita! Agora chega… Vamos ao assunto tema desta joça de blog, se bem que eu já ando meio sem assunto pra falar aqui, mas como aqui é um diário, essa coluna não precisa ser original todas as semanas, e pronto. Não gostou reclama no S.A.C.

Mas hoje ainda não é um assunto batido ou discutido por aqui, e que vale muito à pena falarmos. Não sei se todos sabem, mas este blog surgiu com um lema deveras interessante, se você meu novo amigo que chegou aqui depois das reformulações que o N.E.D. sofreu eu digo para vós que o lema deste humilde, porém, limpinho blog sempre foi: O FUNDÃO TAMBÉM PASSA NA OAB!

Obviamente que sentávamos no fundo da sala e falávamos mal de todo mundo.  E um dos comentários que mais fazíamos era o seguinte: “esse cara ai é inteligente pra caralho, mas ele não vai ser um bom advogado”, outro comentário recorrente era: “aquela ali vai ser promotora ou juíza, porque advogada não vai rolar”.

Eu estudei com pessoas muitíssimo mais chatas inteligentes do que eu, mas que modestamente não possuiam metade da malemolência, do jogo de cintura, da malandragem brasileira que nós estudantes da retaguarda tínhamos e temos!  Sabe aquele cara manezão que passou a vida inteira só estudando e não tem vivência nenhuma das coisas que acontecem no mundo? Aposto que você conhece umas pessoas assim… criados pela vó à base de toddynho, cuja maior diversão era o playground do prédio.

Não duvido que estas pessoas se tornem grandes juízes, promotores ou que sigam com sucesso outros cargos na carreira pública, mas tenho um pressentimento que tais colegas nunca dariam certo como advogados, sabe porquê? Porque esses caras tem medo de gente, tem medo de perguntar, aceitam tudo que lhes dizem, falam baixinho e não tem o que é imprescindível num advogado: a CARA DE PAU.

Ai você amigo com cabeça pequena e tacanha vai me dizer assim: “ah prefiro ser funcionário público do que advogado, prefiro ser chamado de manezão e ser juiz e ganhar vinte mil por mês enquanto você que é todo esperto e cheio de ginga tá aí advogando pra ganhar uma mixaria”. Não vou te responder hoje porque isso é assunto pra uma coluna, mas eu digo que você esta REDONDAMENTE enganado!

Se você é advogado ou advogada, ou até mesmo ainda tá na fase do estágio, sabe muito bem que em determinadas situações você tem que ter aquele jogo de cintura, tem que sair fazendo pergunta pra todo mundo, tem que usar da malandragem pra conseguir alguma coisa, tem que fazer um rabisco no lugar da assinatura do dono do escritório pra fazer um protocolo, tem que tentar de tudo pra conseguir o que precisa.

Posso dar um exemplo prático de algo que eu já vivi, afinal a coluna chama diário de um doutor né então eu posso contar uma historinha rápida, certa vez buscando fazer carga de um processo, a advogada (cível e trabalhista) de uma das empresas que nós representamos apenas nas questões tributárias nos ligou dizendo que não conseguiu carga pois os autos estavam indisponíveis no momento e nos questionou se poderíamos tentar a carga depois de alguns dias. No mesmo dia fui até à secretaria e né… joguei aquela conversa… que nós tínhamos uma tremenda urgência, que uma carga rápida bastaria, e que tínhamos prazo na Receita Federal e aquele bla blá blá todo e pronto… Carga rápida liberada! E tudo isso porque? Porque eu sou foda e competente?

OBVIAMENTE!

Não…mentira na verdade deu certo porque eu insisti, porque eu não respondi um OK quando fui informado que não dava e saí da sala, deu certo porque eu sou cara de pau e também porque eu não fui criado com toddynho, eu fui criado com uma coisa muito mais fodástica e máscula, eu fui criado na base do leite com groselha, trakinas de chocolate e farinha láctea!

Assinatura Livan

terça-feira, junho 05, 2012

Diário de um Dotô – Não inventa!

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nizoneto1Salve, salve pessoas maravilhosas do mundo jurídico! Hoje é dia de trazer a salvação para os jovens advogados que assim como eu também se fodem encostando a barriga nos balcões da vida.

E uma coisa recorrente neste universo da juridicidade acontece especificamente com nós, os recém chegados, os novatos, os manja nada do Direito, na verdade não é específico de recém formados, o que eu vou falar aqui é um fato que ocorre com recém formados ou advogados picaretas.

Quantas vezes alguém já chegou pra você e disse: “Ah você é adevogado? Então responde uma coisinha pra mim…”

Aposto minha virgindade anal com você que em alguma destas vezes você não sabia exatamente o que responder, mas só pra não acharem que você não sabe bosta nenhuma, inventou um número de lei, falou umas palavras em latim e finalizou a conversa sem ter respondido a pergunta do cara.

E porque você fez isso?

Simples! Porque o seu ego é enorme e você não quer assumir que não sabe tudo! Mas porra, você não sabe!

Aliás na grande maioria das vezes nós não sabemos mesmo! Afinal não é porque você passou na OAB e agora tem sua carteira cor de rosa que você sabe tudo! Estamos em início de carreira e muita coisa não é igual você aprendeu na faculdade, a vida prática é diferente da vida teórica. Porém, tem muito advogado filho da puta por ai que ao invés de dizer que não sabe e ser honesto com o cliente, inventa qualquer história só pra não perder a oportunidade de “entrar com uma ação” e faturar uma graninha!

“Ah sim claro, vai ser tranquilo, em uma semana no máximo seu pai já tá na rua! Vou preparar um HC e pedir o deferimento imediato do mesmo!”

“Obviamente que consigo reverter essa multa, afinal o ITR é inconstitucional e não há previsão legal para exigência descabida como essa…”

Eu acho muito mais digno e honesto dizer a verdade! Obviamente que você não precisa ser honesto ao ponto de dizer: meu cliente, eu não faço a menor ideia de como resolver a sua questão, e acho melhor você passar isso pra outro advogado porque eu não tenho capacidade para tal… Se limite a dizer que é um caso muito complexo e que demanda um estudo mais minucioso da questão e que dará um retorno depois. Pronto! Não precisou mentir e falar número de lei que nem existe só pra impressionar o cara! Porque em alguns casos o seu cliente não é um completo ignorante no que diz respeito às leis. Às vezes o cara já passou por aquela situação e só quer esclarecer uma coisa ou outra e neste momento se você falar alguma merda só porque não sabe e não quer dar o braço à torcer o cara vai perceber. Nunca subestime seu cliente. NUNCA!

Depois disso você sai correndo atrás da sua salvação no google, com pessoas mais experientes que você ou coisa assim! Mas não invente nada sem saber, não prometa coisas que não sabe se será capaz de cumprir, porque isso só vai te foder!  Quer exemplo? Eu te dou:

Se por acaso você disser para um cliente que vai ser fácil provar a inocência do vagabundo e que em uma semana ele estará em liberdade e não conseguir, seu cliente vai te achar um incompetente, afinal você prometeu uma coisa e não cumpriu, agora, se você disser que vai fazer um trabalho que busque reduzir a sua pena e se esforçar o máximo para livrar o cara de uma punição tá perfeito. Se o cara for pro xilindró com uma pena menor, você cumpriu o que prometeu e se o cara sequer for condenado, o cliente vai te achar o advogado mais pica grossa do mundo e assim ganhará clientes novos devido ao boca a boca. (que é muito importante na nossa profissão)

Portanto meus amigos, se eu pudesse dar um conselho à vocês este conselho seria usem filtro solar seja humilde! Todo mundo sabe que você é recém formado, então não queria ser o sabichão, porque ao invés de passar uma imagem de inteligente você estará se passando simplesmente por um idiota arrogante!


quinta-feira, maio 31, 2012

Revista Capricho - Bate Bola com Livan

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Olá pessoas lindas do mundo jurídico,certamente me arrependerei muito deste dia, haja vista ser esta uma exposição desnecessária e sem cabimento, mas já que o pessoal pediu, implorou, chorou, e fez piquete em frente a sede do blog, eu resolvi responder este questionário. Isso é a maior prova que o ser humano se sujeita a tudo. E assim, fechando com chave de ouro a sequência de "conheça os colunistas" eu me apresento resumidamente neste bate bola… Apreciem com moderação!

Nome: Livan Pereira
Idade: 31 com corpinho de 45
Estado Civil: Mais rejeitado que bombom de banana na caixinha da Garoto.
Onde mora: Campinas, mas só bebo água de Valinhos (piadinha regional)
Filhos: Rafaela, 8 anos e linda como o pai
Fuma: Odeio até o cheiro de cigarro!
Hobbys: Dormir é hobby?
Um livro: Cozinha Confidencial – Anthony Bourdain
Preferências musicais: . Muita coisa…sou um ser de preferências variadas: Marvin Gaye,  Aretha Franklin,  Ella Fitzgerald… Aeroshmith,  Metallica,  ACDC,  The Who, Ramones, Ira…
Programa de televisão: Todo mundo odeia o Chris (é sério,  assisto até reprise) e toda e qualquer corrida que passe: F1,  Nascar,  Indy,  Stock Car,  MotoGP
Perfume favorito: O que me derem (neste momento estou usando o One da CK)
Uma cor: Branco porque é a cor da paz… coraçãozinho com a mão…. S2
Comida que mais gosta: Strogonoff e Macarrão alho e óleo (não tudo junto)
Prefere doce ou salgado: Salgado
Time de futebol: São Paulo
Esporte que pratica: Futebol dos campeões e judô quando sobra tempo. (aqui é faixa preta mano)
Bebida predileta: Cerveja
3 coisas que levariam para uma ilha deserta: Fernanda Paes Leme, Vodka (pode ser muito útil) e uma corda (pode ser útil, caso a vodka não funcione)
Um sonho: Uma moto MV Augusta F4CC
Uma frustração: Não saber assobiar  ou assoviar… não sei qual tá certo!
Um medo: Ficar careca (entendedores entenderão)
Um mico: Responder este questionário
Mulher bonita: Fernanda Paes Leme,  Marjorie Estiano e Pink (cantora)
Homem bonito: Próxima pergunta por favor!
Melhor filme que já assistiu: Hitch, Homem de Ferro e Onze Homens e um segredo (o original)
Lugar pra conhecer: Itália e Japão
Praia ou montanha:  Dizem que os românticos preferem montanha... E como sou um cara pra lá de romântico,que abre porta de carro pra mulher e ligo pra dar bom dia, eu vou nessa também! Montanha!
Carro ou moto: Moto… sempre
Bar ou balada: Bar
Loira ou morena: Mulher! Mas se for possível que seja Ruiva!
Não quer morrer sem:  Assistir uma corrida de Fórmula 1 em Mônaco.
O que espera do futuro: Espero ser chefe do Diego, porque se ele ficar rico, eu serei mais rico que ele!
Na geladeira não pode faltar: Energia elétrica… sacanagem… pimenta, sorvete de flocos e gatorade de limão
Arroz por cima do feijão ou feijão por cima do arroz?: Eu coloco pimenta e misturo tudo!

terça-feira, maio 29, 2012

Diário de um Dotô – Dicas de Viagens

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Buenos dias pueblo hermoso da Nación del Fundón, si ustedes no hablas español fique tranquilo, porque nós também não…  Mas é que eu trabalho em um escritório fino e que possui uma gama de clientes de alto garbo e elegância, portadores de filiais nas mais lindas cidades europeias e que vez ou outra necessitam de uma atenção nos processos, “in loco”.

É cediço (a maioria não sabe o que é cediço e eu só escrevi pra sacanear) que a vida de advogado não se restringe apenas a trabalhar dentro do escritório, assim, vez ou outra (no mínimo uma vez por semana) eu tenho que me deslocar até cidades belíssimas para solucionar questões relacionadas aos processos que representamos.

Enquanto alguns advogados vão para Lisboa, para Florianópolis, ou pra Salvador, eu vou pra Osasco, Taboão da Serra, Franco da Rocha e Francisco Morato. (fica vendo a raiva desse pessoal nos comentários) É claro que eu exagero e nem vou muito para tais localidades, mas na época que era estagiário eu ia pra Osasco e Taboão pelo menos umas 2 vezes na semana, mas agora os destinos mudaram um pouco, agora os “passeios” recorrentes são para Sorocaba, Tatuí, Baurú e Ribeirão Preto.

Torço para que a justiça se mantenha lenta e burocrática por um bom tempo pelo menos na cidade de Ribeirão Preto, por dois motivos, o primeiro é que nós somos advogados tributários e quanto mais tempo a justiça demora, melhor pra gente (receberei críticas por esse comentário) e o segundo e mais importante motivo desta torcida tem um nome: PINGUIM! (esta deve ser a choperia mais famosa do Brasil e tem até música) e lá vende um chopp pra lá de gelado e deliciosamente cremoso, sem mencionar o carpaccio e a porção de tilápia empanada que é campeã e que me deixa tão feliz quanto estudante em dia que professor falta.

Por este motivo, programo via de regra as viagens para Ribeirão ás sextas feiras, para que haja um tempo hábil de dar uma passada rápida (3 horas pelo menos) no Pinguim…
Agora falando das viagens, eu tenho que dar umas dicas valiosas para todos vocês amigos viajantes, e que frequentam os fóruns deste imenso Brasil…A primeira coisa, verifiquem se não é feriado na cidade que você vai, essa é básica, mas não teve ninguém pra me dar este conselho e um dia saí de Campinas e fui até Baurú, e era feriado municipal… me fodi né! Sempre verifique isso.


Segunda dica, itens básicos em toda viagem, verifique se seu carro está em ordem, mas já adianto que mesmo estando tudo em ordem ele pode quebrar,eu já fiquei na estrada com o carro quebrado e acreditem é ruim pra cacete, verifique se tem gasolina pra ir e voltar, não esqueça do dinheiro pro pedágio e uma reserva no caso de um pneu furar ou qualquer outra eventualidade e o mais importante: VEJA SE A PORRA DA CARTEIRA DE HABILITAÇÃO ESTÁ DENTRO DA SUA CARTEIRA… eu já me ferrei com essa!

E a terceira dica e mais valiosa de todas: consulte a situação no processo antes, veja se ele não está concluso ou nada do tipo,porque senão é viagem perdida, se você for na justiça estadual, você está automaticamente fodido (só eu acho que fudido fica mais legal que fodido?) porque na estadual o que aparece na internet quase nunca é o verdadeiro status do processo. Mas se você tiver o dom da oratória e um forte poder de convencimento você pode tentar ligar e verificar se o processo está disponível. Dica: ligue na secretaria da vara e diga que é de muito longe (aconselho dizer que está há pelo menos uns 450km de distância) e só por isso quer uma confirmação, para não perder viagem, eles vão se solidarizar com você e te informar.

Porém, ainda que você seja um ser de alta capacidade intelectual e siga todas essas importantes dicas, existirão lugares que você dará com os burros n’água e não conseguirá ter acesso aos autos, Neste caso meus amigos, torça para que seja Ribeirão Preto, que pelo menos você passa a tarde enchendo a cara de chopp no pinguim!

Semana que vem tem mais! Um fraterno abraço!


terça-feira, maio 22, 2012

Diário de um Dotô – Vergonha Alheia

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vergonhaAmigos lindos e unidos através do universo da juridicidade, mais uma vez estamos aqui pra contar um pouco da vida de um advogado em começo de carreira, e já lhes adianto que nem tudo são flores, aliás, quase nunca são flores. E um exemplo disso aconteceu nesta semana e que passo a narrar agora.    

Na coluna da semana retrasada eu falei um pouquinho mal dos servidores públicos da justiça, mas apesar disso eu disse que eles deviam ter os motivos deles para tanto desdém e arrogância, e um dos motivos que eu destaquei no texto é que muitos advogados fazem questionamentos idiotas para os serventuários.     

E como já dizia o “velho deitado”: O MUNDO GIRA… Ah e como gira meus amigos!     Sabe aquele tipo de caso que já não tem mais o que fazer? Em que você já embargou tudo o que poderia? Que você procurou todo e qualquer motivo só pra não se dar por vencido no processo?     

Então! Temos um caso desses!     

E quando a situação tá assim meu nobre, você parte para o desespero e tenta tudo o que dá, pede por uma intervenção divina, passa a torcer por um incêndio (sem vítimas) no cartório ou então vai lá (á pedido do seu chefe) e faz umas perguntas idiotas para o cartorário. Vale destacar apenas que o chefe não me comunicou se tratar de uma pergunta pra lá de sem nexo, mas que era apenas pra causar um tumulto.     

Logo de cara já imaginei,ué, mas pra essa pergunta eu nem preciso ir até o fórum para saber a resposta, mas sacomé né, manda quem pode e obedece quem tem juízo. E assim vestindo a mais maciça das caras de pau, vai lá o recém formado fazer tais perguntas.      

Cheguei e torci pra não ter ninguém na secretaria para que eu pudesse fazer a pergunta com um pouco mais de desenvoltura, mas como tudo tem que acontecer do pior jeito possível tinham uns 10 advogados na secretaria (não é exagero), quando vi o número elevado de pessoas decidi dar uma volta pelo fórum, passei até a cafeteria, tomei um suco, comi uma gordurosa porém saborosa coxinha de frango e voltei para a secretaria, lá chegando os 10 advogados haviam procriado e agora eles eram 30.        

Só pensei assim: FODEU!!!!!       

Assinei meu nome na lista, e fiquei esperando para ser chamado, torci muito para que o número de pessoas diminuísse, mas né, aqui é o Livan, e não diminuiu! Fui chamado, pedi o processo e aguardei… Com os autos em mãos esperei o maior tempo possível na esperança de que as pessoas saíssem de lá. Mas depois de tanto esperar decidi fazer as perguntas e OBVIAMENTE recebi um olhar de nojo e desprezo, acompanhado do seguinte comentário: “MAS DOUTOR, ESTA É UMA PERGUNTA PRA LÁ DE DESCABIDA!”      

Neste momento TODO MUNDO passou a olhar para mim, e eu busquei argumentar de modo plausível e até que me dei bem, mas a segunda pergunta era a pior de todas, mas eu tinha que fazer. RESPIREI e perguntei, e aí meus caros… aí a casa caiu!!        

Neste momento não era preciso ter o dom da leitura de pensamentos para adivinhar que dos 30 advogados, pelo menos 29 pensaram assim: ESSE CARA É BURRO PRA CARALHO! Mas tive que insistir na pergunta e foi neste momento que comecei a pensar se valia a pena ir preso por desacato.     

Sabe quando de tratam como imbecil? Foi bem isso! A servidora começou a dizer assim: olha doutor,isso é coisa básica do direito… doutor eu vou explicar só uma vez tá, presta atenção que a titia vai falar devagarzinho pra você entender tá…. (não teve essa coisa da titia, mas eu sou exagerado e dramatizo tudo)… Enfim, acho que alguns até sentiram pena de mim, outros pensaram, e esse cara passou na OAB.      Depois de tal fato, comuniquei meu chefe do ocorrido, e tive que aguardar uns 5 minutos até ele parar de dar risada e dizer que isso já era esperado. MUITÍSSIMO OBRIGADO CHEFE!!          

E como disse, este processo é um daqueles casos que não tem muito o que fazer, mas mesmo assim tive que despachar com o Meritíssimo, e adivinhem o que ele escreveu na minha petição?        

Começa com “INDE” e termina com “FIRO”!

Assinatura Livan

terça-feira, maio 15, 2012

Diário de um Dotô – Churrascaria e Pizzaria

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Oi amigos lindos e formosos da nação Fundística, estamos aqui novamente para a alegria de poucos e tristeza de muitos, para trazer-lhes mais algumas das minhas experiências e opiniões do mundo jurídico pós aprovação no exame da OAB!

Em uma das postagens anteriores eu cheguei a comentar sobre o meu “preconceito” contra advogados que fazem todos os tipos de serviço, só que eu tinha me esquecido deste comentário, mas alguns leitores atentos e loucos pra que eu fale mal de alguém, me lembraram e pediram para que eu falasse sobre. Então vamo lá…

Realmente não vejo com bons olhos um advogado que atira para todos os lados, antes que você incauto e ignorante me pergunte o que é um advogado que atira para todos os lados (acreditem, ia ter gente que ia perguntar), eu lhe explico. O advogado que atira para todos os lados é aquele ser que te dá o cartão de visitas dele e tá escrito assim: Doutor Tomás Turbando e embaixo deste lindo e sugestivo nome encontra-se escrito, cível, criminal, previdenciário,  trabalhista, família… (as reticências foram colocadas propositalmente aqui, mas em alguns casos troca-se por ETC.)

Sim, olho torto pra um cara desses mesmo, e certamente fosse eu um cliente que necessitasse dos serviços de um advogado, JAMAIS contrataria um desses. Neste momento você poderia argumentar que tais advogados atiradores, podem ter uma grande experiência, podem ser grandes conhecedores do direito e fazer tudo com muita eficiência.

Concordo com você nobre amigo imaginário, porém, estes doutores até podem ter uma vida repleta de experiências, podem ter um conhecimento muito mais vasto, inclusive mais vasto que o meu, afinal eles tratam de causas de vários assuntos e podem com isso, saber um pouco de tudo. 

Só que eu faço a seguinte analogia: (absurda, mas que vai ser bem útil) quando você adentra em um restaurante com os dizeres: CHURRASCARIA E PIZZARIA, certamente vossa senhoria não vai sair deste local dizendo: “caralho foi a melhor pizza marguerita que eu comi na vida”, e também tenho certeza que não irá dizer: nossa, “mas que maminha suculenta, nunca comi melhor”.

Você nunca vai comer o melhor sushi naquele restaurante à quilo que você almoça todos os dias, e muito menos a melhor salada de frutos do mar neste estabelecimento, e sabe porque? 

Porque estes restaurantes não são especializados em porra nenhuma. Eles são especializados em servir comida, e não UM TIPO de comida. Isso não quer dizer que a pizza não seja boa e não te satisfaça, não quer dizer que você não vá apreciar a maminha, o sushi ou a salada de frutos do mar, você pode sair satisfeito, mas ciente de que encontrará melhores pizzas, aliás eu tenho uma teoria sobre a pizza, acho que pizza é igual sexo… até quando é ruim é gostoso! 



Agora, se você se dirigir ao Templo da Carne do senhor Marcos Bassi (olha a propaganda grátis aí gente) você terá a certeza que comerá a melhor bisteca fiorentina que já provou, se você for ao Kinoshita(propaganda grátis de novo, aceito permuta por jantar para 2 pessoas de graça), saberá que vai comer um sushi de qualidade ímpar, e assim acontecerá com a pizza e os frutos do mar quando você se dirige a um estabelecimento especializado.

E porque acontece isso? Porque esse pessoal é especialista no assunto! Mr. Bassi não precisa parar de cuidar da temperatura da churrasqueira pra verificar porque estão colocando pouco manjericão na pizza. O grande mestre Tsuyoshi Murakami não precisa parar de amolar a sua faca ginsu para ter que jogar mais água no caldo do feijão.

Mas se por acaso chegar algum cliente exigente com vivência no Japão e pedir algo “fora” do cardápio, o Murakami vai saber fazer, porque ele é especializado em comida japonesa, já o dono do restaurante por quilo pode até fazer também, mas antes ele vai ter que entrar no google pra saber do que se trata, e qual é o modo de preparo,  justamente porque ele faz de tudo, mas não é especialista em nada. Por isso que me especializei em uma área e nela pretendo continuar. 

Não estou dizendo com isso que nunca vou fazer um caso fora da área em que atuo, talvez, eventualmente eu faça uma causa trabalhista ou um inventário, mas não é essa a minha intenção, nem o meu foco. Porém, sei que com esta decisão eu posso me prejudicar financeira e profissionalmente. Afinal, poderia eu estar ganhando mais do que ganho hoje se tivesse aberto o meu leque (huummmmmm) de opções, e estivesse atuando nuquí… nuquiaparecesse  

Posso também estar fechando muito o mercado de trabalho para o futuro, porque vai que certo dia meu chefe pense: “quer saber, cansei do Livan, vou trocá-lo por uma advogada gostosa…” com isso eu tô fodido, e sem eira, nem beira. 

Agora, fosse eu um advogado “especialista em tudo”, certamente eu encontraria mais rápido uma vaga no mercado de trabalho, mas, sendo eu um cara de pouca visão mercadológica e focado em apenas uma área,  restrinjo as minhas opções profissionais. Alguns podem dizer: ah mas sendo especialista você pode exigir um salário melhor. Ok, posso exigir, mas isso não quer dizer que vão pagar, afinal, sempre vai ter algum especialista aceitando trabalhar por menos do que eu marquei na minha pretensão salarial. 

Assim, apesar dos riscos, concluí que prefiro ser o “advogado do escritório “Só Carne Assada” do que o proprietário do escritório “CHURRASCARIA E PIZZARIA”.

Até semana que vem seus lindos.Assinatura Livan

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