Carlos Drummond de Andrade em um dia sem inspiração escreveu aquela obra que um outrora todos se recordariam, no meu caso enquanto piada, mas para os mais letrados enquanto verdadeira obra de arte intitulada: No Meio do Caminho.
Reproduzo:
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Ora, ora, ora, nobre leitor. Se Drummond um dia acordou sem inspiração e ficou rico e famoso por conta da pedra no meio do caminho por-que-diabos eu não posso me manifestar nesse sentido também e tentar a sorte?
Parafraseando o imortal (esse sim, Sandy) da Academia Brasileira de Letras que talvez esteja dando leves saltos em sua linda nuvem azul-grená nesse momento:
No meio do caminho tinha um livro
tinha um caderno no meio do caminho
tinha uma apostila
no meio do caminho
Nunca me esquecerei dessa bagunça
na vida de meus miolos tão fatigados
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha um vade mecum
tinha um livro no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma apostila.
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