Depois de pagar mico na audiência civil, onde a juíza quase pegou pela minha mão, e me ensinou onde eu deveria sentar, resolvi ficar mais atenta a essa questão de direita/esquerda. Ensaiei um pouco em casa, e parti para a próxima audiência. No horário combinado, lá estava eu.
No caso em questão eu não seria a advogada da ré, eu estava representando-a, ou seja, haveria outro advogado lá.
Apostei todas as fichas no doutor. Vi o número da OAB dele, e pensei que dessa vez eu estaria livre de situações vexatórias. Meu dever era propor o acordo, e deixar o circo pegar fogo o advogado fazer o papel dele.
Na entrada para a sala de audiência tropecei, fiquei procurando o celular, quase derrubei a bolsa, tudo parte de um plano estratégico! Se eu enrolasse, eu não seria a primeira a entrar na sala. Confiante na sapiência do nobre causídico, minha manobra deu certo, e o outro advogado entrou primeiro.
Quando olhei, reparei a cara da escrevente. Olhei para minhas mãos, para identificar qual mão eu escrevo, e assim ter certeza do que é esquerda, e o que é direita, e percebi que algo estava errado.
O dito experiente advogado sentou-se em lugar errado. Não acreditei! Eu novatinha, advogada-mirim errar o lugar ainda passa, agora advogado sênior, não pode!
Não contente em errar o lugar, e me fazer pagar mico “por tabela”, o advogado tava mais perdido que eu. Ele tinha uma audiência criminal no mesmo horário, e estava desesperado para ir embora.
Me perguntou o que juntar, o que falar, como proceder. Faltou pouco para eu dizer para o advogado que ele deveria respeitar a minha condição e advogada mirim, e que ele é que deveria estar respondendo as minhas perguntas, mas, respondi, ajudei-o a sair dali o quanto antes. Fui camarada!
O advogado mal assinou a ata, e já saiu sem sequer se despedir educadamente. Espero que quando eu for advogada sênior, eu seja mais educada.
Eu ainda fiquei lá tomando um cafezinho, fazendo um social com a parte contrária (que no início da audiência tava me olhando com olhar recheado de ódio), interagindo socialmente.
Na verdade, dado o comportamento estranho do advogado, eu fiquei meio confusa e não tinha certeza se havia acabado tudo mesmo, ou, se o advogado teria sido acometido por uma caganeira dor de barriga, e assim que ele se restabelecesse, a audiência continuaria.
Por essa razão fiquei lá até a escrevente dizer “,ok senhora, tudo encerrado!“
Põe mais esse mico na minha conta ai!
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