Tã tã tã tã tã tã tã tã tã (música do plantão da Globo)
Queridos, chegueeeeei... é com muita alegria (quase a mesma que sinto quando o processo que preciso está no topo da pilha), que venho trazer o meu primeiro texto como colunista, C O L U N I S T A, co-lu-nis-ta (estou muito metidinha). É que eu sempre quis ser colunista, não é caô não, nem que fosse uma coluna de horóscopo de um jornal da cidade eu queria fazer. Sem falar que até hoje eu escrevo num diário (desses com chave e coraçãozinho que toda menina já deve ter tido, e alguns “rapazes” também). Sempre gostei de escrever, meus professores, amigos e minha mãe, é claro, sempre gostaram do que eu escrevia. Porém, contudo, todavia, sempre tem aquele “do contra”, e esse era o meu antigo colega de estágio, acho que ele nunca acreditou no meu potencial quando falava pra ele que ainda ia escrever uma coluna toma agora. Quando eu falava nesse assunto ele me mandava juntar petição, procurar processo, ou ir fazer o chá de moranguinho dele. Sim, ele me mandava fazer o chá dele! Mas essas histórias eu conto pra vocês outra hora, hoje eu vim me apresentar e causar uma “boa impressão”.
Quando eu vi as curtidas no meu texto no facebook, uma escola de samba batia no meu coração, quase saí sambando na cara das inimigas que não curtiram meu texto por uma das únicas avenidas que tem na minha cidade. Enquanto eu sambava mentalmente, tropecei e voltei a realidade, lembrei que uma pilha de petições me aguardava no dia seguinte para serem juntadas (ta aí uma coisa que eu não suporto fazer, mas ainda chegará o dia que “ensinarei” um novo estagiário e ele juntará todas as petições enquanto e vou comer as balinhas que tem lá na OAB). Brincadeira gente, eu jamais faria isso. Cof cof
Vamos às apresentações...
Meu nome é Taís Petacular, tenho 21 anos, sagitariana, bela, magra e com o cabelo sedoso, estou indo para a 6ª fase do curso de Direito, sou escrava estagiária em uma assessoria cível, contratada pelo TJ e agora co-lu-nis-ta. Terminando o ensino médio eu queria fazer medicina, mas não passei no vestibular, fiz um ano de cursinho e no meio de tantos testes vocacionais resolvi mergulhar no universo jurídico, assim de cabeça mesmo. Já queria comprar um Vade Mecum (tenho vontade de fazer uma fogueira com ele hoje) e comecei a ler O Príncipe de Maquiavel que todo mundo tanto falava. Fiquei meio frustrada com todas aquelas aulas de filosofia do direito, metodologia científica, aula do soninho história do direito (onde o professor até hoje da aula com retroprojetor), teoria do direito, antropologia... Até que um professor me indicou a uma vaga de estágio em um cartório da Vara da Infância e da Juventude, onde eu fui três dias e quase saí correndo de lá. Era na cidade onde eu estava morando e eu estudo, pois em São Joaquim, onde eu moro hoje não tem Universidade, vou de bonde todo santo dia. Enfim, depois desse balde de água fria consegui uma vaga de voluntária em um gabinete na Comarca da minha cidade, onde estou até hoje, e graças aos poderes de Greyskull, remunerada.
Eu só digitava as audiências, fazia carga, localizava processo e tentava despachar alguma coisa. Não fazia ideia de como fazer um despacho (pra mim, despacho era só o de macumba). Pegava um processo e lia tudinho, até as jurisprudências (se o caso da pamonha caísse na minha pilha eu ia perceber) aí na hora de fazer o despacho eu colocava um “como requer” e localizava no meu escaninho pra corrigir. Obviamente eu tinha que refazer, agora arrisco até sentenciar. Já faz um ano e meio que estou na assessoria, e já fiz tudo que um slave estagiário faz. Já tive que procurar processo “perdido” em todas as pilhas, perfurei muita folha, carimbei, cortei os dedos com os colchetes, vi casal se reconciliando em audiência de divórcio, mas também já vi se prometerem de morte, vi rico se pagando de pobre e pobre se pagando de rico e até já discuti com advogado, mas vou levando firme e forte dia após dia essa vida de empregue-te, eu pego às sete estagiária.
Por hoje é isso pessoal, semana que vem eu conto mais sobre meu colega mala do chazinho, beijo de pão de queijo!
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