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sexta-feira, fevereiro 06, 2015

ABANDONO DA CAUSA – EU PENSEI QUE FAZER DIREITO SERIA “LEGAL”

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Olá, meus queridos! Parece que todos sobreviveram à estréia desta coluna-pseudo-polêmica na última semana e cá estou novamente. Confesso que o primeiro texto teve uma repercussão que eu não esperava. Muitas pessoas fazendo algumas conclusões precipitadas, outras querendo minha exclusão do NED (para esses eu só digo que daqui não saio e daqui ninguém me tira!) e muuuuitas outras pessoas mostrando que se identificaram com tudo isso que cá estou a lhes contar. Assim, entre mortos e feridos, começarei hoje com alguns detalhes do começo (quem diria, não é?).

Antes de entrar na faculdade de Direito, eu fiquei com muitas dúvidas em relação à carreira que eu queria seguir. Pensei em jornalismo, mas naquela época, por alguma pressão externa, acabei desistindo. Pensei em relações internacionais, mas daí não me identifiquei com a proposta do curso. Então, encontrei a resposta logo tão perto de mim: na minha melhor amiga que havia acabado de entrar na faculdade de Direito. Pesquisei sobre a carreira e gostei das opções no mercado de trabalho. A gente quando tem 17 anos não tem muita noção do que devemos ou não fazer, mas, com sorte, eu fiz uma boa escolha. Passei no vestibular só da segunda vez que prestei, e naquela época foi um dos momentos mais felizes ter visto meu nome na lista (não tão felizes quanto ter visto meu nome na lista da OAB, confesso, mas isso é assunto para outra hora). Entrei na faculdade querendo estudar para seguir pela carreira de diplomata após a faculdade. Doce ilusão. Tive Direito Internacional logo no 2º semestre e detestei num nível extremo. Diplomacia nem pensar.

A rotina na faculdade, no começo, era basicamente a mesma de todos os calouros nas faculdades. Muitas festas, muita animação por estar conhecendo tanta gente nova e muitos churrascos marcados nos finais de semana. Quanto às aulas, confesso que no início eu não fazia muita noção de nada do que estava acontecendo e aquele misto entre a sensação de estar no colegial e na faculdade tinha um gosto muito estranho, um gosto para quem ainda não tinha deixado a ficha cair que aquilo tudo lá era para valer. Eu gostava muito daquelas matérias de introdução, como sociologia e filosofia e criminologia. Aquilo tudo era muito novo para mim.

duplo-caminho

O tempo foi passando e, quanto ao trabalho, comecei a estagiar no 2º semestre da faculdade, em uma vara cível da Justiça Federal aqui de São Paulo. Depois trabalhei por quase 4 anos em um escritório consultivo, onde me apaixonei por direito imobiliário, como estagiária e advogada. Meu antigo chefe muitas vezes já nos dava responsabilidades de advogadas, e isso me trouxe uma maturidade que não tenho nem como agradecer. Fiquei no direito imobiliário por muito tempo, sendo que depois do escritório, fui advogar para uma empresa multinacional do ramo. Eu não vou entrar em detalhes sobre meu trabalho, até porque, se eu contar tudo assim de mão beijada a vocês, provavelmente não voltarão mais para me visitar aqui.

O que quero contar por hoje é que essa decisão que tive não apareceu de um dia para o outro. Desde o 4º ano da faculdade, a paixão e euforia com a carreira se esvaziou para mim. É claro que poderia ser apenas uma fase. É claro que eu poderia ter convivido com aquele sentimento por muito tempo, apenas ignorado que eu não estava mais afim e me importar apenas com o dinheiro no bolso. Do mesmo jeito que tem tanta gente que leva namoros com a barriga, eu poderia ter feito do mesmo jeito. Mas tai, eu nunca soube ser assim.

Eu quis completar todas as fases que passei da maneira extrema. Eu quis terminar a faculdade com um trabalho de conclusão de curso que me desse orgulho (essa história eu realmente preciso contar para vocês mais para frente!). Eu quis tirar a OAB para poder bater no peito e falar que eu consegui me tornar advogada. E eu quis advogar até o meu limite que conseguisse de forma saudável, mas trabalhando muito, muito mesmo. Eu não estou aqui falando pra ninguém largar o Direito, gente! Não estou falando mal da carreira jurídica, até porque ela me deu muita coisa boa e tenho certeza que faz muita gente feliz e completa por aí. Essa semana, aliás, algumas amigas passaram na OAB e eu me senti tão feliz quanto o dia que eu passei, que dei um pulo que quase quebrei o sofá (e os costas da minha mãe haha) e chorei muito, mas de alegria.

Eu to aqui pra contar para vocês que a gente pode sim mudar nossas escolhas, mesmo aquelas que fizemos com 17 ou 18 anos, se elas pararem de funcionar para nós. A gente também tem o direito de mudar de idéia e de opinião, de achar, de um dia para o outro, que teríamos caminhos melhores a seguir. Mas se você está satisfeito com suas escolhas, CONTINUE NELAS!

Não estou aqui para discutir se jornalismo é melhor ou pior do que o direito, até porque estou afim de discutir valorização de carreiras, mas sim, valorização das minhas vontades. Com uma macumba porreta uma dose de sorte e persistência para correr atrás, eu consegui meu primeiro estágio na área de comunicação. E como é difícil voltar a ser estagiária, gente! A gente fica lá perdido se sentindo um Zé ruela por ainda não entender nada de nada. Olho para trás e vejo a Carol que chegou lá naquele gabinete na justiça federal como estagiária, que não sabia de nada de nada também.

A vida é mesmo feita de escolhas, de alguma sorte, mas de muita boa vontade também. Não está sendo fácil, mas a gente fica meio de bode quando tem tudo sem nenhum esforço, não é?

Bem, é isso! Hoje queria apenas contar um pouco de quanto entrei na faculdade de Direito! Espero que tenham gostado e semana que vem tem mais! J

Beijinhos

Assinatura Carol

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