A coluna é
“desabafo”, o blog é sobre direito... Se tu, oh nobre ser, não tens abstração
mental suficiente para entender que questões jurídicas vão além de artigos e
jurisprudências, pegue seu jet-pack aponte para o infinito e saia de mansinho.
Eu já queria comentar
sobre uma poda acadêmica que aconteceu quando escolhi falar sobre a morte
social do reincidente por causa da precariedade do sistema carcerário, mas ao
ler o S.A.C. e descobrir que, assim como meu professor-boicotador, mais pessoas
não enxergam a abrangência das questões jurídicas nos detalhes da vida, guardei
a educação na gaveta junto com o texto e foquei na reclamação.
Se reivindicar as
obrigações do Estado em relação ao sistema prisional, comentar sobre a
profundidade das paixões humanas que movem ações jurídicas ou demonstrar incoerências
legais não são assuntos do direito... Poxa (sic), o que é falar de direito então?!
Alguém que
adjetiva dizendo “um monte de gente de mimimi postando texto” demonstra uma falta
de leitura, maturidade, vivência e bom senso... Até ai o problema é exclusivo
dessa pessoa, mas o caldo engrossa quando se compartilha da mesma formação
acadêmica e vislumbra-se a possibilidade desta criatura ser absorvida pelo
mercado de trabalho (se já não esta nele, o que piora tudo), tornando-se mais um
profissional inapto.
Quando
pensamentos quadrados são mantidos, além de matar de vergonha, os sujeitos
investidos de cargos que usam do direito como meio matam também quem deseja se
aprimorar, reverter erros, proporcionar melhoras e de fato enfrentar mudanças.
Por exemplo,
temos os princípios e imunidades tributárias, são itens quadradinhos,
elaborados há algum tempo, usados para limitar certas condutas, mas são
utilizados de diferentes formas porque existe uma necessidade de adequação
constante e é isso que precisamos entender: que nada está sedimentado de fato,
que estamos em constante transformação. Só nos adequamos quando vemos a
necessidade, para isso devemos libertar nossas mentes, precisamos usar da tal
abstração mental e ver de forma ampla aquilo que nos cerca, identificando seus
componentes (opa, questões do direito das entrelinhas!), os problemas e novas
saídas.
Falo disso porque
vivemos juntos, por mais que não gostemos disso... Dependemos uns dos outros e a
tua limitação faz com que teu vizinho tenha uma vida medíocre e acorrenta a um
ciclo vicioso de erros, choques entre realidade e teoria, insensibilidade e
mentes rasas.
Não vim convencer
que isso é um tema jurídico ou relatar os fragmentos de doutrinas jurídicas que
uso nos desabafos, vim dizer que ficar na sombra da ignorância é opção de cada
um e já não sei se lamento por certas pessoas.
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