Eu já sabia que este momento ia chegar uma hora ou outra, acho até que demorou para acontecer, mas eu preciso dizer que eu não tenho mais ideia do que escrever nesta coluna. É eu sei que era pra ser um diário e tal e fazer um diário teoricamente é fácil.
Agora tente fazer um diário sem mencionar nomes de clientes, sem mencionar as propinas que a gente paga para juízes, promotores, fiscais, políticos, oficiais de justiça e até mesmo estagiários da parte contrária para perdem processos “involuntariamente”, sem poder falar mal do chefe, porque ele lê a coluna e o pior de tudo, sem ter muito assunto pra contar.
Tá, só a parte de não mencionar nomes de clientes e a falta de assunto é que são verdadeiras, mas mesmo assim é foda, porque determinados clientes tem um ramo de atuação um tanto específico e fica difícil dar exemplos sem identifica-los.
Porque né, por mais que a gente goste da profissão, por mais que advogar seja gratificante e tal, nós não vivemos aventuras “like a Indiana Jones”, nós não temos tantas histórias interessantes para contar do dia a dia, principalmente eu, que trabalho na área tributária, que é um ramo do direito que via de regra não existem audiências, então é foda chegar aqui e dizer: oi pessoas lindas da nação fundística, essa semana eu fui pra Tatuí, fica carga de 3 processos, tirei cópia integral de 2 e parcial de um, preparei uma réplica contra uma petição da fazenda e algumas planilhas e assim foi a minha semana…
Pior que isso, (pior para a coluna, é claro) é que além de estarmos no direito tributário, nós atuamos em uma “ramificação” muito específica dos tributos que são tributos relacionados ao custeio da previdência social e prestamos serviços principalmente ou unicamente à grandes empresas, então não temos nem o contato com aquele tipo de cliente que fala que tá com um “pobrema cuzimposto” e chega lá falando mal do prefeito da cidade que só quer saber de aumentar o IPTU. E ai vai ficando cada vez mais difícil escrever sem que vocês durmam.
Eu sei que se a coluna for só um simples e puro diário, em 3 minutos vocês estariam entediados e é por isso que é difícil preparar uma coluna sobre a nossa profissão e obrigatoriamente ser original toda fucking semana!
Então, essa coluna de hoje é só pra dizer que as próximas terão um enfoque diferente, mas eu não sei se vai funcionar. a coluna Diário de um Dotô realmente passará a ser um diário e não uma coluna com dicas, aliás hoje é o dia das reformulações, agora a pouco o Diego avisou que a coluna dele vai mudar e agora é a minha vez.
Semana que vem vocês vão realmente ler um resumo semanal da vida de um advogado, mas pra não cair nesse marasmo eu vou tentar algumas coisas que realmente não sei se vão funcionar, se eu perceber que ninguém gostou eu mudo novamente ou então dou um fim nessa coluna. Só pra constar a segunda opção é uma possibilidade bem capaz de ser a utilizada, embora eu esteja gostando de escrever 3 colunas por semana eu confesso que é um tanto cansativo e parte de mim torce para essa coluna não dar certo pra eu ter uma folguinha a mais.
Então é isso pessoas lindas. Inté!
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