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terça-feira, agosto 19, 2014

DIÁRIO DE UM ESTAGIÁRIO - FELIZ DIA DO ESTAGIÁRIO… (ATRASADO)

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Belíssimos, no maior estilo Rubens Barrichello, gostaria de parabenizar nossa classe pobre nobre pelo nosso dia! Sabemos que nossa tarefa é árdua, sofrida e desvalorizada, mas temos um dia que é só nosso. Os paralegais (estagiários de luxo) devem estar se contorcendo de invejinha por isso. Podemos estar abaixo da base da pirâmide social, mas abaixo de nós vem eles, afinal, temos um dia dedicado a nós... e eles? Deve ser triste não poder comemorar nem o dia do advogado, nem o dia do estagiário e nem o dia do estudante não é?

Minha coluna hoje, será um pouco diferente dos outros textos que já escrevi, mas é por uma boa causa, é uma data especial.

Entre tantas cargas de processo, folhas perfuradas e carimbadas, despachos, sentenças e decisões, cafezinhos, juntadas de petições e levar a culpa que nem era tão nossa, convenhamos que o estágio tem sim o seu valor. No meu caso em específico, que cheguei ao fórum com a cara e a coragem, sem a mínima ideia do que vinha pela frente, ah como tem o seu valor! Muitos terminam a faculdade e não possuem a oportunidade de estagiar, e quando a oportunidade surge, não valorizam. Poder aprender algo além do que é passado nas salas de aula, é bônus, conhecer o outro lado, e o clichê: “conciliar a teoria com a prática” que no meu caso foi meio que o inverso, pois comecei estagiando direto no gabinete, nem tinha começado a 3ª fase e as matérias processuais, só fui ver esse ano. (Confesso que tive mais facilidade na faculdade com isso).

Já contei para vocês que comecei o estágio digitando audiências, onde vi e aprendi muita coisa (achava o máximo estar presente em uma audiência), no começo tremia na base quando o Promotor me ditava alguma alegação final, com o seu juridiquês impecável, morria de medo de digitar uma palavra errada. Algumas vezes, chegava a engolir aquele nó na garganta, de emoção mesmo, quando o magistrado realizava com êxito uma conciliação em uma audiência de família, nunca imaginei um Juiz com o coração tão grande e nobre, quanto ao do Dr. Laerte. Tive algumas dificuldades no começo, muita informação, SAJ, gravações, processos... Nossa coitada da Luana, a estagiária que me ensinou no começo, que agora não trabalha mais comigo, mas se tornou uma grande amiga, saudades dos nossos lanches, chazinhos, pipoca Bilu e suspiros, afinal tudo coisa que não engorda. Segundo a Lu, não ingerimos esses alimentos, fica tudo no dente ;), não posso deixar de falar do Michel, que me fez dar mais valor ao estágio, mesmo sendo desfavorecido de paciência, me ensinou muita coisa, colocava uma pilha de processos em cima da minha mesa, e se eu perguntasse o que tinha que fazer, ele me respondia com um seco: “fazer”, e foi assim, meio que na marra que eu conseguia despachar alguma coisa.

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Depois veio a Bianca, que ficou no lugar do Michel, e que eu tive que ensinar quase tudo (responsa), ela adora um rock and roll, e me faz dar muita risada, com a sua criatividade em criar apelidos. E a assessora? Mesmo sendo bem menor que eu (o que não é muito difícil), ela me passa muita segurança e uma confiança ímpar, ela nunca se cansou (ao menos não demonstrava) em me explicar, de quem eu deveria cobrar as custas processuais. Karine, espero que quando você se torne juíza não esqueça dessa estagiária do mês, competente, querida e modesta. Mas a assessoria dos incríveis não para por aí, tem outro assessor, o Alexandre, o mais quieto de todos, leva muito jeito para ser professor, acho que aprendi mais com ele do que na faculdade, sempre indicando livros e me emprestando também. Daqui alguns meses chegará um baby, que com certeza será o queridinho da assessoria, pois o Alex vai ser papai, ele sempre deixa um bombom na mesa do pessoal, e está sempre disposto a organizar o lanche da tarde. Seria imperdoável se eu não falasse da minha mãezona do gabinete, a Juliese que não trabalha mais conosco e voltou para a sua cidade, mas deixou sua marca registrada, saudades Ju.

Gratidão seria a palavra perfeita para essas pessoas especiais, que tornaram e tornam a “tortura” diária que é o estágio em algo tão gratificante. Nesse dia que é “meu”, eu agradeço a vocês por todo o aprendizado! Conselho se fosse bom era vendido, mas deixo o meu mesmo assim, porque essa coluna é minha e eu dou o conselho que eu quiser (mentira).

Por mais sofrido ou chato, que seja o seu estágio, que te paguem pouco, te escravizem, coloquem a culpa sempre em você e te mandem fazer o café... Valorize cada dia, sugue o máximo de conhecimento que puder dos profissionais que você trabalha, que isso fará toda a diferença lá na frente.

Beijo de pão de queijo e até a próxima terça!

Tais

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